Na esquina da Europa, Portugal é meio um ponto num canto. Muito do seu jeito. Uma culinária bem própria, enraizada e deliciosa. Porém, para quem pretende aprender esses dotes portugueses, sugiro que comece pelo começo. Ou seja, o pão.
Em Portugal, a tradição de comer pão perde-se no tempo e é um dos alimentos que está na base da alimentação lusitana. É ao pequeno-almoço, ao almoço, ao lanche, ao jantar e até à ceia! Eita povo pra comer pão. Dizem que na antigüidade os romanos vivam de pão e vinho, pois mas na modernidade, quem o faz são os tugas mesmo.
Tem o alentejano, o de Mafra, o com chouriço, o pão de Deus. Haja pão.
De Centeio, de trigo, de milho. Doce, salgado. Com cara de bolo, com jeito de broa.
Tem pão que até nem pão é. Pão de ló, para comer de colher.
Mas uma coisa que não tem muita, é padaria. Curiosamente, por aqui, Manoel vende pão na pastelaria. Ou na papelaria, na mercearia. No máximo, uma panificadora. Português da padaria, só em música brasileira mesmo.
Meu favorito, compro na feirinha de Carcavelos, toda quinta-feira, de um tiozinho que dica atrás dos caminhão dos queijos. Pesa bem uns 2 quilos, e custa 90 centavos de Euro.
Enfim, o que desde sempre seria só farinha e água, aqui é paixão. Defendem que tem o melhor do mundo com toda sua brabeza. A mim, reles apreciadora, apenas concordo e consumo, ganhando de bônus, um buxinho lusitano.

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