Imperialismo

25/03/2020 24 min Temporada 1 Episodio 6

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Sinopse do Episódio

O Imperialismo é um fenômeno decorrente do avanço do capitalismo industrial, ou seja, da aceleração da modernização capitalista na em países Europeus como a Alemanha, Itália, Bélgica, França e Inglaterra, na América, nos EUA, e na Ásia, em particular no Japão. O aumento do número de países industrializados leva a uma corrida por matérias primas e mercado consumidor em outras regiões do mundo, em especial na Ásia e na África, onde esses países industrializados passam a competir com influência nessas regiões, o que fica conhecido como corrida imperialista.
A base ideológica dessas transformações é a defesa do livre comércio, ou seja, o liberalismo, que se apresenta como antítese ao mercantilismo e ao absolutismo vigentes durante o período dos Impérios Coloniais entre o século XV e XVIII. Dessa forma, existe uma diferença importante entre o colonialismo típico do mercantilismo, onde se buscava ouro e prata sob a justificação religiosa, quer dizer, da defesa do avanço do cristianismo na América, na África e na Ásia.
O novo colonialismo do século XIX, ou seja, o neocolonialismo se estrutura através de um sistema de dominação político e econômico, tendo como justificação o progresso e a ideia de superioridade da civilização europeia. É nesse ínterim que as teorias pseudocientíficas como o darwinismo social ganham terreno, como forma de justificar a dominação europeia em outras regiões do mundo.
Frente a corrida imperialista e a competição intercapitalista, para evitar um conflito na Europa, os países industrializados organizaram entre 1814 e 1815 a Conferência de Berlim, com o objetivo de redefinir o mapa da África atendendo aos interesses dos europeus. Tal redefiniçao de fronteiras não levou em consideração as particularidades nacionais africanas, criando países artificiais que até os dias atuais enfrentam problemas de guerra civil em função dessa medida.
No caso africano, dois episódios particulares ganham importância. O primeiro caso é o Congo, dominado pela Bélgica durante o reinado do Rei Leopoldo II. Durante esse período o Congo era, na prática, uma propriedade particular do rei belga, que usava de expedientes de extrema violência contra a população nativa. Se estima que o número de mortos tenha chegado aos milhões. É nesse período também que os zoológicos humanos passam a ser considerados atrações nos países de capitalismo avançado, sempre sendo justificados com as teorias pseudocientíficas racistas.
O outro caso é o da África do Sul, território originalmente dominado pela Holanda, passa no século XVII para o controle inglês. No entanto, os descendentes de holandeses, conhecido como Bôeres, buscam retomar o controle da região em função da extração de diamante. Esse conflito, conhecido como Guerra dos Bôeres (1899-1902) dá origem a um novo arranjo político na região, onde uma minoria branca oprime a maioria negra africana. Essa dinâmica se consolida com a aprovação de uma série de leis, como a Lei de Terras dos Nativos, de 1913, que expulsou os negros para as áreas periféricas e, em 1948, o regime de segregação racial oficial, conhecido como Apartheid