Ep. 3 – Semana Com Clareza:  A baixa escolaridade no Brasil

Ep. 3 – Semana Com Clareza: A baixa escolaridade no Brasil

Com Clareza

10/10/2018 10:00AM

Sinopse do Episódio "Ep. 3 – Semana Com Clareza: A baixa escolaridade no Brasil"

Terceiro episódio da Semana Com Clareza, produzida e apresentada por Heloisa Fischer. Comentário transmitido pela Rádio MEC FM do Rio de Janeiro em 10/10/2018. A série celebrou o Dia Internacional da Linguagem Clara, em 13 de outubro. comclareza.com.br [email protected] === Olá! Nesse terceiro episódio da Semana Com Clareza, um aspecto da realidade brasileira que muito requer linguagem clara. A baixa escolaridade da nossa população. Lembrando que essa é uma minissérie para celebrar o 13 de outubro, Dia Internacional da Linguagem Clara. Em episódios anteriores, já apresentei o que é a linguagem clara e dei umas pinceladas sobre o histórico do movimento mundial pelo direito de entender textos importantes para o nosso dia a dia. Se você está chegando agora, explico que história é essa: linguagem clara é uma causa social e uma técnica de comunicação com força em vários países pelo menos desde a década de 1970. O objetivo é tornar textos e documentos mais fáceis de ler. A pessoa consegue localizar rápido a informação, entendê-la e usá-la. É um campo de trabalho, pesquisa e ativismo muito novo no Brasil. A MEC FM está dando uma grande colaboração para divulgar o tema por meio dessa Semana Com Clareza. Observando alguns aspectos do contexto brasileiro, a gente se pergunta o que falta para a linguagem clara ganhar espaço na agenda de políticas públicas ou ao menos entrar para o debate social mais amplo. Vou destacar apenas um aspecto, o da baixa escolaridade da nossa população. Os índices de alfabetismo no Brasil são assustadores. A última pesquisa do INAF, o Indicador de Alfabetismo Funcional, apontou que só 8% da população entre 15 e 64 anos é proficiente em leitura. Proficiente em leitura é quem não tem praticamente restrição para compreender e interpretar textos. É quem consegue comparar e avaliar informações. É quem consegue distinguir fato de opinião. Veja bem: só 8% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são proficientes em leitura. Então imagine como ficam os 92% que não têm proficiência? Como ficam essas pessoas na frente de um contrato de crédito consignado? E o que dizer das condições para receber benefícios do INSS? Ou mesmo um texto que seja mais curto, como por exemplo, uma instrução de emergência em caso de incêndio. Por que esse tipo de documento é sempre escrito com termos técnicos, palavras difíceis e desnecessárias, estilo pomposo? Por que, se 92% dos brasileiros têm restrição para compreender e interpretar textos? E os 8% que até têm instrumental para processar aquela linguagem obscura, não têm tempo e menos ainda paciência para lidar com aqueles blocos gigantes de texto. É muita falta de empatia com os leitores. Em um contexto delicado como esse da baixa escolaridade, escrever textos com clareza é uma questão de cidadania. Porque é praticamente garantir o acesso a direitos civis dos brasileiros. No próximo episódio, normas e leis do Brasil que determinam informação clara e linguagem fácil de entender. Até lá!

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