Ep. 2 – Semana Com Clareza: Linguagem clara, um movimento mundial

Ep. 2 – Semana Com Clareza: Linguagem clara, um movimento mundial

Com Clareza

09/10/2018 11:00AM

Sinopse do Episódio "Ep. 2 – Semana Com Clareza: Linguagem clara, um movimento mundial"

Segundo episódio da Semana Com Clareza, produzida e apresentada por Heloisa Fischer. Comentário transmitido pela Rádio MEC FM do Rio de Janeiro em 09/10/2018. A série celebrou o Dia Internacional da Linguagem Clara, em 13 de outubro. comclareza.com.br heloisa@comclareza.com.br === Olá! Esse é o segundo episódio da Semana Com Clareza, a série que celebra o Dia Internacional da linguagem clara em 13 de outubro. Já apresentei o que é a linguagem clara e hoje eu vou dar uma pincelada nesse movimento mundial pelo direito de entender textos que orientam o cotidiano. Se você perdeu o primeiro episódio, aí vai uma pequena cola para contextualizar a nossa série. A Associação Internacional de Linguagem Clara diz assim: "Uma comunicação está em linguagem clara quando o texto, a estrutura e o design são tão claros que o público-alvo consegue encontrar facilmente o que procura, compreender o que encontrou e usar a informação.O objetivo é entender um documento escrito em linguagem clara logo na primeira leitura." Já pensou que sonho ler qualquer documento e entender logo de primeira? Pensa só no último contrato que você assinou ou no último formulário que precisou preencher! Teve que ler mais de uma vez, não foi? Aí entra a linguagem clara para facilitar a leitura e a compreensão. No Brasil, o tema é novíssimo. São poucos os que, como eu, trabalham para estabelecer esse campo por aqui. Mas há países onde ele já é bem conhecido e, melhor ainda, adotado por governos e empresas. Quando se fala em linguagem clara mundo afora, o mais comum é usar o termo em inglês "plain language". "Plain" quer dizer simples, claro. "Plain language" é linguagem clara. Super voltando no tempo, lá no século XIV, no livro "Contos da Cantuária", o escritor britânico Chaucer dizia: "Fala de forma simples, despojada, para entendermos tudo o que nos narra." E, no século XV lá na Suécia, um rei exigia que todas as autoridades da côrte falasse de um jeito mais simples, que desse para entender. Para você ver que o problema da linguagem obscura não é de hoje. Não importa a época, país, cultura. O problema está lá. Parece ser da psiquê humana criar barreiras linguísticas para separar as pessoas. O movimento mundial pela linguagem clara começou a pegar embalo na década de 1940, quando funcionários públicos americanos e britânicos se mobilizavam para simplificar textos da burocracia. Nos anos 60 e 70, consumidores e cidadãos começaram a pressionar as autoridades dos Estados Unidos e Reino Unido para que os documentos fossem mais claros e objetivos. Nos anos 70, que foi um período bem decisivo para esse movimento, o governo da Suécia contratou o primeiro linguista. O profissional foi contratado para modernizar a escrita jurídica do governo. Naquela mesma época, anos 70, começava na Grã-Bretanha a campanha pelo inglês claro, a Plain English Campaign, movimento fortíssimo que conseguiu muitos avanços. Em outros países, também temos exemplos. Na África do Sul, em 1996, a constituição teve consultoria de especialistas em linguagem clara. No México, em 2004, o governo lançou um programa para implementar o que chamou de linguagem cidadã. Mas o grande marco do movimento mundial foi em 2010, quando o presidente americano Barack Obama assinou o Plain Writing Act, a Lei da Redação Clara, que obrigou todos os órgãos federais dos Estados Unidos a se comunicarem com os cidadãos usando linguagem clara. Passou a ser comum funcionários públicos americanos receberem treinamento para escrever com clareza. Um avanço realmente fantástico. No episódio de amanhã, o nosso tema será um aspecto da realidade brasileira que muito requer linguagem clara: a baixa escolaridade da população. Espero você!

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