Padre João | Café com Política

25/10/2025 46 min Temporada 144 Episodio 280
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Sinopse do Episódio


O deputado federal Padre João (PT) afirmou, em entrevista ao Café com Política, exibido nesta segunda-feira (27/10) no canal de O TEMPO no Youtube, que o partido precisa acelerar a definição de candidaturas para as eleições de 2026 em Minas Gerais. Segundo o deputado, o partido não pode ficar refém do tempo do senador Rodrigo Pacheco (PSD). Para ele, embora haja interesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (PT) em uma aliança com o senador, o PT deve garantir protagonismo na disputa.“Não podemos esperar o tempo do Pacheco. Temos que construir isso. Dá para viabilizar um plano B? Tem que ser este ano. O Pacheco tem o tempo dele, mas o nosso é outro. Se ele abraçar o projeto do presidente Lula, ele só tem a ganhar. É uma pessoa que tem capacidade e chance real de ganhar o governo de Minas. Em qualquer outro resultado, ele pode ter espaço no governo Lula, como ministro da Justiça. Mas nós temos que construir o palanque de Lula em Minas", afirmou o deputado, que garantiu que o partido tem nomes com força para liderar o processo, citando a deputada estadual Leninha (PT) e os deputados federais Rogério Correia (PT), Reginaldo Lopes (PT) e Macaé Evaristo (PT).O parlamentar afirmou ainda que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT), ainda é uma opção para o grupo progressista e ressaltou que o rompimento entre Kalil e o PSD não deve ser interpretado como uma rejeição ao PT. "Não vejo resistência ao Kalil. Às vezes, ele (Kalil) fala alguma coisa, porque não manda recado, o que ele quer falar, ele fala. Mas na política a gente reconsidera (...) acho que ele foi abandonado pela liderança do PSD, e não pelo PT. Não vejo as portas fechadas, há possibilidade de diálogo e entendimento”, avaliou. Durante a entrevista, Padre João criticou ainda o governo de Romeu Zema (Novo) e cobrou o cancelamento de licenças ambientais concedidas a mineradoras envolvidas em escândalos e investigações. Segundo ele, há “corrupção ambiental” e omissão do Estado. O deputado também defendeu que a Secretaria de Meio Ambiente de Minas passe por uma ampla reformulação." Foi ação criminosa. Tinha que cancelar todas (as licenças). O grupo criminoso que está no poder público torna suspeitas todas as outras licenças. A política não é espaço de negócio. Não podemos permitir uma operação abafa", pontou. “É um absurdo. Muitos sabiam do processo, que vem de longa data. O governo de Minas está numa superproteção de uma atividade predatória. Esperamos mais mudanças e que as pessoas comprometidas com a corrupção sejam presas, sejam punidas", criticou o parlamentar. Em âmbito nacional, Padre João defendeu que a próxima indicação do presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF) seja de uma mulher. O deputado também comentou a possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo. Ele avaliou que a escolha seria um gesto político de aproximação com os evangélicos. “Eu acredito que o presidente Lula aproximou muito as minorias na reestruturação dos ministérios. Em relação ao STF, o Jorge Messias tem competência, lealdade, dedicação e acena para o mundo evangélico. Mas eu acredito que o próximo nome tem que ser de uma mulher, eu não tenho dúvida. E que tenha também o mesmo nível de lealdade e de cumplicidade com a nossa democracia e a soberania do país", analisou o deputado, que admitiu que a esquerda precisa conversar mais com os setores religiosos.“A Igreja Católica ajudou muito na fundação do PT, e esse diálogo permanece nesse campo mais da esquerda da Igreja. No mundo evangélico, o partido se distanciou. A direita ocupou melhor esse espaço com uma pauta moralista e hipócrita. Nós temos que reafirmar com o setor evangélico que entende a importância das políticas públicas. Esquerda não é aborto, é cuidado com o ser humano em todas as áreas", completou.Durante a entrevista, Padre João também criticou o comportamento do Congresso Nacional, que, segundo ele, atua de forma “chantagista” com o governo federal. O deputado defendeu que Lula adote uma postura mais firme em relação ao Centrão e às indicações políticas em cargos estratégicos. “Tem que exonerar. O Congresso virou um instrumento de chantagem. O foco deles é o Senado, para ter condições de impeachment de ministros do STF. Essa é a estratégia deles", argumentou.