Flávia Borja | Café com Política

23/10/2025 22 min Temporada 144 Episodio 278
Flávia Borja | Café com Política

Ouvir "Flávia Borja | Café com Política"

Sinopse do Episódio


A vereadora de Belo Horizonte Flávia Borja (DC) afirmou que pretende recorrer da decisão judicial que suspendeu a lei de sua autoria que permitia o uso da Bíblia como material de apoio nas escolas municipais. Em entrevista ao Café com Política, exibido nesta quinta-feira (23/10) no canal O TEMPO, a parlamentar defendeu a proposta e negou que ela fira o princípio do Estado laico.Segundo a vereadora, o texto aprovado não tem caráter religioso, mas educacional. “O Estado laico não é um Estado ateu, nem um Estado isento. É um Estado que não interfere, que não coloca uma religião como oficial, mas também não impede que as diversas religiões sejam trabalhadas dentro da escola”, acrescentou a parlamentar, que classificou a decisão como “triste”. “Foi uma triste ação de um partido político que não ganha na Câmara, que é o PSOL, e aí judicializaram essa lei. Estamos recorrendo e colocando a questão de que, se outras religiões podem estar dentro da escola como material didático, por que não a Bíblia como material de consulta, e não religioso?”, completou.Durante a entrevista, a vereadora falou também sobre as recentes indicações de nomes ligados ao PSOL para cargos na Fundação Municipal de Cultura. Flávia Borja disse acompanhar de perto as nomeações e afirmou que seu principal foco é garantir que a atuação dos servidores seja técnica e imparcial. “Eu vejo que algumas secretarias são tradicionalmente mais ocupadas pelo pessoal da esquerda. Talvez por isso que a gente tem tanto problema com a cultura, tanto enfrentamento”, avaliou. “A gente fica na investigação se esses cargos estão sendo ocupados de forma técnica, porque a pessoa tem capacidade para estar lá e vai gerir de forma neutra. Caso contrário, a gente vai intervir, pedir informações e até, muitas vezes, pedir para que haja uma mudança”, afirmou.Questionada sobre a inauguração dos passeios de barco na Lagoa da Pampulha, a vereadora avaliou que o evento teve mais caráter simbólico e promocional do que prático. “Eu acho que o prefeito quis mostrar que atualmente pode-se velejar na lagoa. Foi esse o objetivo daquele passeio", pontuou a vereadora que ponderou que o momento da inauguração pode não ter sido o mais apropriado. “Eu acho que o prefeito não faria nada irresponsável a ponto de colocar alguém em risco. Se ele fez, é porque pode se fazer. Mas talvez, em questão de timing, sim. Talvez pudesse esperar. Surtiu um efeito até um pouco engraçado a respeito daquilo que foi colocado lá”, avaliou.Flávia Borja também comentou a viagem do prefeito Álvaro Damião (União) à China, onde ele se encontrou com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo a parlamentar, o diálogo com lideranças de diferentes espectros políticos não é um problema. “Acho que o prefeito não pode ter um lado político que vá impedir de vir algo bom para Belo Horizonte. Dependendo daquilo que ele possa buscar, eu acho que ele está no papel dele: buscar recursos, buscar meios de trazer tecnologia para a cidade”, disse.A vereadora destacou que Damião tem adotado uma postura “neutra” e “respeitosa” em relação à Câmara e às pautas ideológicas. “O prefeito era membro da Frente Parlamentar Cristã da Câmara, mas acho que quando passou para o Executivo, tomou uma postura de não interferir, de estar mais neutro nesses processos, o que ele faz muito bem”, analisou.Ao ser questionada sobre as eleições de 2026, Flávia Borja confirmou que é pré-candidata a deputada estadual e não descartou uma eventual mudança de legenda. Atualmente filiada ao Democracia Cristã (DC), a vereadora afirmou que ainda avalia se a sigla dará condições para uma nova disputa. “Eu vou sair como candidata a deputada estadual. Se (o partido) me der condição, poderei ficar lá tranquilamente. Essa é uma conversa mais para o início do ano que vem mesmo”, explicou.Apesar de rumores sobre uma possível filiação ao PL, Flávia negou qualquer negociação concreta. “A conversa é apenas com os colegas. Mas não existe ainda nenhuma conversa. Estou aberta. Tenho ótima relação com o PL, é um partido que admiro muito. Não fui (antes) por uma conjuntura, eles já tinham feito alguns acordos de quais parlamentares poderiam sair por lá. Entendi perfeitamente e saí pelo DC muito satisfeita”, destacou.