devocional Cantares



É possível e desejável viver enamorado toda a vida. Mal é que não se concretize o sonho de namorar até à velhice com a paixão da nossa juventude. Uma vez noivos e romanticamente casados, cultive-se essa delicadeza relacional no quotidiano. É incontornável o desgaste da rotina diária, do passar dos anos ou de esperanças adiadas, mas cabe-nos a nós, pessoalmente, interromper a lamúria e o queixume, substituindo-a por uma cultura altruísta e de encorajamento recíproco. Aprendamos a elogiar e a valorizar os pontos que no fundo sempre apreciámos tanto. Usemos medidas comparativas extravagantes, que por mais exageradas que pareçam retratam a imensidão do amor maior. Partilhemos o encanto contínuo pelos olhos amendoados, pela nobreza do cabelo grisalho, pelos dentes tão castiços, pelos doces lábios, pelas faces de romã, pelo pescoço com dignas rugas e até pelos seios que outrora amamentaram os filhos com ternura. Mas não se fique pelo enaltecimento das características físicas ou das capacidades intelectuais, mas realce-se sobretudo a beleza moral. Sobressaiam-se as qualidades humanas, sabendo naturalmente que ambos estamos sujeitos a falhas, mas às quais não nos vergamos, nem conformamos. Larguemos os tiques de agressividade, deixando-nos domar interiormente. Resistamos ao egoísmo e permitamos que o amor nos inebrie. Cedamos aos olhares encantadores do cônjuge, dando-lhe total liberdade para se acastelar no nosso coração pela vida fora. Não nos façamos difíceis perante as suas investidas elegantemente sedutoras. Deliciemo-nos com as carícias mútuas e a sexualidade amadurecida. Satisfaçamo-nos e realizemo-nos como casal, fazendo da fidelidade os alicerces do nosso lar. Sim, festejemos a exclusividade do amor.
- jónatas figueiredo







Leitura em Cantares 4



Que este encontro com Deus encha o teu coração de paz e esperança. Fica o tempo que precisares para ouvir, anotar e orar, e levanta-te só quando o teu interior descansar.

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