Ouvir "Poesia 26 - Fora do Éden"
Sinopse do Episódio
Fora do Éden
Thiago Lucarini
Fui posto fora do Éden
Quando me deixaste.
Tive minha queda decisória,
Tive a dissociação e dissolução
Desta alma una de amor
E da forma sólida deste coração.
Perdi meu Deus soberano
E percebi que um deus fabricado
Não opera milagres
Apenas produz as vontades
Daquele que o criou
Em sua crença infantil
Sem qualquer simetria.
Este não passando nunca
De um ridículo fósforo-sol,
Farol de míseros segundos
Que não salva do precipício.
Perdi-me de Deus. Vaguei
No sal das lágrimas de prata fria,
Pois demônios de falsa vulgata
Comeram as raízes de vidro da minha
Árvore da Ciência do Bem e do Mal
Não tive sua sombra nem seu alívio
Nem seu fruto de doce pecado, guardado
Latejante e febril pouco abaixo do umbigo.
Restou-me somente a incitante
Serpente ao meu lado vago
E a sabedoria dos passos solitários.
Ao estar com esta alma longe, tão longe
Da unidade deste ser Todo-Poderoso Amor
Pereço. Padeço. Ando em busca de uma
Nova crença, tentando achar uma ideologia
Própria, mais poderosa e justa, que não fabrique
Cacos, tristes corações quebrados e espalhados.
Talvez assim, abrace-me a onisciente, Verdade.
Agora que me fecharam as portas do Éden
Em último fiasco de vã tentativa eu rolarei
Na lama santa da Parusia onírica da apoteose
Apocalíptica da solidão eterna que se abre
Num ato tão somente dramático e sem anunciação.
Erguem-se as fundações, as barras de ferro desta prisão,
Desta gaiola aberta, porém sem fuga, inferno da carne.
Thiago Lucarini
Fui posto fora do Éden
Quando me deixaste.
Tive minha queda decisória,
Tive a dissociação e dissolução
Desta alma una de amor
E da forma sólida deste coração.
Perdi meu Deus soberano
E percebi que um deus fabricado
Não opera milagres
Apenas produz as vontades
Daquele que o criou
Em sua crença infantil
Sem qualquer simetria.
Este não passando nunca
De um ridículo fósforo-sol,
Farol de míseros segundos
Que não salva do precipício.
Perdi-me de Deus. Vaguei
No sal das lágrimas de prata fria,
Pois demônios de falsa vulgata
Comeram as raízes de vidro da minha
Árvore da Ciência do Bem e do Mal
Não tive sua sombra nem seu alívio
Nem seu fruto de doce pecado, guardado
Latejante e febril pouco abaixo do umbigo.
Restou-me somente a incitante
Serpente ao meu lado vago
E a sabedoria dos passos solitários.
Ao estar com esta alma longe, tão longe
Da unidade deste ser Todo-Poderoso Amor
Pereço. Padeço. Ando em busca de uma
Nova crença, tentando achar uma ideologia
Própria, mais poderosa e justa, que não fabrique
Cacos, tristes corações quebrados e espalhados.
Talvez assim, abrace-me a onisciente, Verdade.
Agora que me fecharam as portas do Éden
Em último fiasco de vã tentativa eu rolarei
Na lama santa da Parusia onírica da apoteose
Apocalíptica da solidão eterna que se abre
Num ato tão somente dramático e sem anunciação.
Erguem-se as fundações, as barras de ferro desta prisão,
Desta gaiola aberta, porém sem fuga, inferno da carne.
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