Sinopse do Episódio "Trilhos Sonoros - Memórias e Patrimônios ferroviários no sul do Brasil"
Apresentamos aqui o Trilhos Sonoros, um PodCast coletivo no formato de debate na área do Patrimônio Cultural e Memórias Ferroviárias no sul do Brasil. A condução ficou a cargo do antropólogo Yuri Rapkiewicz reunido aos convidados Moisés Porto e Hélio Silveira (ambos ferroviários), Paola Mallmann (produtora cultural) e Guillermo Gómez (pesquisador). Realizamos esse PodCast respeitando as condições de isolamento social, produzido à distância por meio de aplicativos de comunicação virtual. O áudio-encontro apresentou iniciativas de preservação e valorização do patrimônio ferroviário em diferentes cidades do Rio Grande do Sul e abordará as memórias de trabalho de ferroviários aposentados e suas famílias, contemplando suas visões sobre a contemporaneidade. Reunimos pesquisadores/as, antropólogos/as, e ferroviários/as aposentados, em diálogo a partir de uma contextualização sobre os usos do patrimônio ferroviário em Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas. A base dessa discussão foram projetos realizados entre 2015 e 2020, voltados ao tema da memória ferroviária. Foram iniciativas de diferentes ordens: desde publicações acadêmicas, até editais e parcerias entre universidades e o poder público, que resultaram em exposições fotográficas, atividades em escolas, museus e pontos de cultura, ou, ainda, iniciativas amparadas por redes de solidariedade local da comunidade ferroviária. O debate sobre patrimônio ferroviário no Rio Grande do Sul é representativo de um cenário nacional e reflexo das condições de preservação e abandono que coexistem em relação à antiga ferrovia. A relevância do tema é manifesta pelas memórias ferroviárias, que ultrapassam as lembranças individuais, já que a história dos trens no Brasil é diretamente relacionada ao surgimento e desenvolvimento de cidades, a industrialização do país, fenômenos protagonizados pela vida e trabalho de milhares de famílias. Configurada nestes moldes, a ferrovia é um patrimônio de dimensões materiais e imateriais de grande alcance. Logo, o que identificamos é um imaginário do trem fértil e diverso, com a presença da Maria-Fumaça, das locomotivas, pontes, túneis, curvas e caminhos trilhados ao longo de gerações. Hoje, muitos dos antigos espaços operacionais da ferrovia estão abandonados mas, por outro lado, também emergem museus ferroviários e iniciativas de memória, comprometidos com a promoção de linguagens culturais e artísticas, ocupando e ressignificando diversos espaços. Logo, os questionamentos propositivos que guiaram nosso diálogo foram: Quem são os narradores dessa história? Quais são as estratégias e ações para a preservação do Patrimônio Ferroviário? Consideramos a memória um tema transversal, didático e de interesse público, de forma que o conteúdo é capaz de ser apropriado por públicos de diferentes gerações e iniciativas de educação patrimonial. A iniciativa foi contemplada pelo FAC RS Digital 2020. #culturaessencial, #facrsdigital, #feevale #feevaletechpark