Ouvir "1ª Bem-Aventurança - 1º Tópico"
Sinopse do Episódio
CONVIDO VOCÊ HOJE PARA REFLETIR CONOSCO SOBRE O PRIMEIRO TÓPICO DA PRIMEIRA BEM-AVENTURANÇA: “Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos Céus.” QUEM SÃO OS POBRES DESTA BEM-AVENTURANÇA.
1º TÓPICO: QUEM SÃO OS POBRES DA BEM-AVENTURANÇA - Deixando de lado as questões técnicas de tradução, a chave para entender esta Bem-aventurança está no significado que damos a “espírito”. E aqui espírito é o espírito humano, caso contrário Mateus diria Espírito Santo. Que significa aqui espírito?
À primeira vista pode parecer claro, mas não é assim tanto, porque tem por trás a antropologia judaica do Antigo Testamento que se prolonga para o Novo Testamento. Para o Antigo Testamento, a interioridade do homem é a sua inteligência, a sua vontade e o seu sentimento. Inteligência, vontade e sentimento constituem todos a interioridade humana que pode ser: ativa ou dinâmica e passiva ou estática. Um ato de vontade é a interioridade dinâmica, ou um ato de intuição, ou um sentimento repentino. Pelo contrário, uma disposição habitual (p. ex: uma pessoa que é amável) é interioridade estática, não dinâmica. Uma convicção que se tem, que pertence ao campo da inteligência, é estática, não é dinâmica, tal como um propósito ou um hábito que se tem toda a vida. Os judeus distinguem muito bem as duas coisas e, à interioridade estática (as convicções, os hábitos, etc.), chamam de “coração”, enquanto que à interioridade dinâmica chamam de “espírito”. Nas Bem-aventuranças aparecem os dois. Aqui é dito “os pobres de espírito”, e adiante está dito “os puros de coração”. Trata-se, pois, de um estado de pobreza que é o resultado de um ato humano. Este espírito nasce da sua interioridade que pode criar um estado de pobreza. Tem de ser um ato de vontade; o conhecimento não cria a realidade, mas sim conhece e recebe esta realidade. Também não é a vontade que decide o sentimento. Trata-se de um ato de vontade através do qual o homem ou a mulher escolhe o estado de pobreza. Assim, a tradução literal do texto de Mateus seria “Bem-Aventurados os pobres por decisão”, ou dito de uma forma mais elegante, “bem-aventurados os que escolhem ser pobres”. Esta é a primeira Bem-aventurança, uma opção que nos leva a dizer “para mim, o dinheiro não é o valor”, “o acumular de riquezas não constitui para mim qualquer valor”, “não quero acumular bens materiais”. Compreende-se melhor comparando com o indivíduo rico. O que escolhe ser rico é o que quer acumular e reter para si, o que possui e guardar para si. O pobre tem pouco; porém o pouco que tem não o guarda para si.
Se nos detivermos aqui, pode dar a impressão de que a primeira Bem-aventurança tem uns fortes traços negativos. Pobre significa ter necessidade, não possuir e, portanto, depender dos outros para viver. Mas esses traços negativos têm de ser eliminados porque aqui diz: “bem-aventurados...” e, naturalmente, não se pode ser bem-aventurado dessa maneira: Como é possível que Deus chame bem-aventurados aos que são pobres voluntariamente? Porque não se trata de pobres no sentido social da palavra. Um pobre social, um pobre comum, pode ter um desejo enorme de riqueza e, se não a alcança, é porque não pode, mas o seu ideal é ser rico. Esse não faz parte da bem-aventurança. O pobre das Bem-aventuranças é o que compreende que só mediante esta opção desaparece a injustiça no mundo. Assim temos o que escolhe essa pobreza, esse estado contra o ter muito e guardá-lo para si. Ele tem pouco e está disposto a repartir o pouco que tem. Como podemos chamar “bem-aventurado” a este? “Porque tem Deus como Rei”: esta é a razão. Pelo fato de pertencer ao Reino de Deus, de fazer parte da esfera onde Deus mostra o Seu amor, evita as consequências negativas da pobreza. Não há miséria e não há dependência, que são os aspectos negativos da palavra “pobre”. Quando alguém é pobre voluntariamente, podemos afirmar que Deus lhe diz: “tu és dos Meus, Eu cuido de ti, Eu sou o Teu Rei; tu estás no Meu Reino”; e Deus reina comunicando o Seu Espírito. Por isso, tanto faz dizer “Deus Rei” como “Deus Pai”. Têm o mesmo significado: aquele que comunica a Sua vida e o Seu amor. Assim, os que fazem parte do Seu Reino formam esse Reino e estão no ambiente do Espírito de Deus. Forma-se aí uma sociedade nova, um grupo humano novo, onde a relação é a do amor e da entrega, e não haverá nunca miséria nem dependência – porque todos os bens são compartilhados. Aí se encontra a verdadeira liberdade, a verdadeira alegria, sem as conotações negativas da dependência e da miséria. Onde Deus reina não pode haver miséria, falta de liberdade, que é a dependência dos outros. Por isso Jesus diz “bem-aventurados...” É esta a primeira Bem-aventurança. Trata-se de uma opção que tem de se tomar para entrar no Reino de Deus. É esta a porta de entrada. Uma opção de cada um, porque a opção é pessoal e essa opção é contra a riqueza “como valor ”.
CRÉDITOS
Texto: https://ens.pt/protected/wp-content/uploads/2018/05/tema-de-estudo-2004-as-bem-aventurancas.pdf
Imagem: https://ens.pt/protected/wp-content/uploads/2018/05/tema-de-estudo-2004-as-bem-aventurancas.pdf
Trilha sonora: acervo pessoal
1º TÓPICO: QUEM SÃO OS POBRES DA BEM-AVENTURANÇA - Deixando de lado as questões técnicas de tradução, a chave para entender esta Bem-aventurança está no significado que damos a “espírito”. E aqui espírito é o espírito humano, caso contrário Mateus diria Espírito Santo. Que significa aqui espírito?
À primeira vista pode parecer claro, mas não é assim tanto, porque tem por trás a antropologia judaica do Antigo Testamento que se prolonga para o Novo Testamento. Para o Antigo Testamento, a interioridade do homem é a sua inteligência, a sua vontade e o seu sentimento. Inteligência, vontade e sentimento constituem todos a interioridade humana que pode ser: ativa ou dinâmica e passiva ou estática. Um ato de vontade é a interioridade dinâmica, ou um ato de intuição, ou um sentimento repentino. Pelo contrário, uma disposição habitual (p. ex: uma pessoa que é amável) é interioridade estática, não dinâmica. Uma convicção que se tem, que pertence ao campo da inteligência, é estática, não é dinâmica, tal como um propósito ou um hábito que se tem toda a vida. Os judeus distinguem muito bem as duas coisas e, à interioridade estática (as convicções, os hábitos, etc.), chamam de “coração”, enquanto que à interioridade dinâmica chamam de “espírito”. Nas Bem-aventuranças aparecem os dois. Aqui é dito “os pobres de espírito”, e adiante está dito “os puros de coração”. Trata-se, pois, de um estado de pobreza que é o resultado de um ato humano. Este espírito nasce da sua interioridade que pode criar um estado de pobreza. Tem de ser um ato de vontade; o conhecimento não cria a realidade, mas sim conhece e recebe esta realidade. Também não é a vontade que decide o sentimento. Trata-se de um ato de vontade através do qual o homem ou a mulher escolhe o estado de pobreza. Assim, a tradução literal do texto de Mateus seria “Bem-Aventurados os pobres por decisão”, ou dito de uma forma mais elegante, “bem-aventurados os que escolhem ser pobres”. Esta é a primeira Bem-aventurança, uma opção que nos leva a dizer “para mim, o dinheiro não é o valor”, “o acumular de riquezas não constitui para mim qualquer valor”, “não quero acumular bens materiais”. Compreende-se melhor comparando com o indivíduo rico. O que escolhe ser rico é o que quer acumular e reter para si, o que possui e guardar para si. O pobre tem pouco; porém o pouco que tem não o guarda para si.
Se nos detivermos aqui, pode dar a impressão de que a primeira Bem-aventurança tem uns fortes traços negativos. Pobre significa ter necessidade, não possuir e, portanto, depender dos outros para viver. Mas esses traços negativos têm de ser eliminados porque aqui diz: “bem-aventurados...” e, naturalmente, não se pode ser bem-aventurado dessa maneira: Como é possível que Deus chame bem-aventurados aos que são pobres voluntariamente? Porque não se trata de pobres no sentido social da palavra. Um pobre social, um pobre comum, pode ter um desejo enorme de riqueza e, se não a alcança, é porque não pode, mas o seu ideal é ser rico. Esse não faz parte da bem-aventurança. O pobre das Bem-aventuranças é o que compreende que só mediante esta opção desaparece a injustiça no mundo. Assim temos o que escolhe essa pobreza, esse estado contra o ter muito e guardá-lo para si. Ele tem pouco e está disposto a repartir o pouco que tem. Como podemos chamar “bem-aventurado” a este? “Porque tem Deus como Rei”: esta é a razão. Pelo fato de pertencer ao Reino de Deus, de fazer parte da esfera onde Deus mostra o Seu amor, evita as consequências negativas da pobreza. Não há miséria e não há dependência, que são os aspectos negativos da palavra “pobre”. Quando alguém é pobre voluntariamente, podemos afirmar que Deus lhe diz: “tu és dos Meus, Eu cuido de ti, Eu sou o Teu Rei; tu estás no Meu Reino”; e Deus reina comunicando o Seu Espírito. Por isso, tanto faz dizer “Deus Rei” como “Deus Pai”. Têm o mesmo significado: aquele que comunica a Sua vida e o Seu amor. Assim, os que fazem parte do Seu Reino formam esse Reino e estão no ambiente do Espírito de Deus. Forma-se aí uma sociedade nova, um grupo humano novo, onde a relação é a do amor e da entrega, e não haverá nunca miséria nem dependência – porque todos os bens são compartilhados. Aí se encontra a verdadeira liberdade, a verdadeira alegria, sem as conotações negativas da dependência e da miséria. Onde Deus reina não pode haver miséria, falta de liberdade, que é a dependência dos outros. Por isso Jesus diz “bem-aventurados...” É esta a primeira Bem-aventurança. Trata-se de uma opção que tem de se tomar para entrar no Reino de Deus. É esta a porta de entrada. Uma opção de cada um, porque a opção é pessoal e essa opção é contra a riqueza “como valor ”.
CRÉDITOS
Texto: https://ens.pt/protected/wp-content/uploads/2018/05/tema-de-estudo-2004-as-bem-aventurancas.pdf
Imagem: https://ens.pt/protected/wp-content/uploads/2018/05/tema-de-estudo-2004-as-bem-aventurancas.pdf
Trilha sonora: acervo pessoal
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