IPCA teve alta de 0,26% em julho, acima da taxa de 0,24% registrada em junho

12/08/2025
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Sinopse do Episódio

No acumulado do ano, o índice soma 3,26%, enquanto nos últimos 12 meses, alcança 5,23%, abaixo dos 5,35% observados no período imediatamente anterior. Em relação a julho de 2024, quando a variação foi de 0,38%, houve desaceleração, o que explica essa redução. O resultado deste mês teve como principal influência a alta da energia elétrica, quem mais pressionou o índice.

O grupo Habitação, que avançou 0,91% e respondeu por 0,14 ponto percentual do IPCA de julho, foi novamente impulsionado pela energia elétrica residencial, com alta de 3,04% e o maior impacto individual do mês (0,12 p.p.). Permaneceu em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. No acumulado de janeiro a julho, a energia elétrica já subiu 10,18%, maior variação para o período desde 2018 (13,78%), respondendo sozinha por 0,39 p.p. do IPCA no ano.

O segundo maior impacto de julho veio do grupo Despesas Pessoais, que subiu 0,76% e contribuiu com 0,08 p.p. para o índice geral. A principal influência foi o reajuste nos jogos de azar, de 11,17%, representando o terceiro maior impacto individual no mês (0,05 p.p.). Na sequência, o grupo Transportes acelerou de 0,27% em junho para 0,35% em julho, impulsionado pela alta de 19,92% nas passagens aéreas, segundo maior impacto individual do mês (0,10 p.p.). Apesar disso, os combustíveis registraram queda de 0,64%, com recuos no etanol (-1,68%), óleo diesel (-0,59%), gasolina (-0,51%) e gás veicular (-0,14%).

O grupo Saúde e cuidados pessoais apresentou avanço de 0,45% e impacto de 0,06 p.p. Dentro dele, destacaram-se os itens de higiene pessoal, que subiram 0,98%, e os planos de saúde, com alta de 0,35%. Esse último movimento reflete a adoção dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que variam de 6,06% a 7,16%, dependendo do tipo de contrato, e têm vigência até abril de 2026.

Pelo lado das quedas, dois grupos ajudaram a conter o avanço da inflação, sendo Alimentação e bebidas (-0,27% e -0,06 p.p.), e Vestuário (-0,54% e -0,03 p.p.). Foi o segundo mês consecutivo de queda no grupo Alimentação e bebidas, após recuo de 0,18% em junho. O resultado foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que caiu 0,69%.

Apesar da redução no acumulado de 12 meses, o IPCA ainda está muito acima da meta de 3%, ou mesmo do teto da meta (4,5%). Além disso, a ANEEL anunciou que a bandeira tarifária vermelha passará para o patamar 2, com acréscimo de R$ 7,87 por cada 100 kWh consumidos, o que traz ainda mais pressão sobre os preços. Portanto, a Selic deve permanecer em 15% até o final do ano, como o mercado tem esperado.

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