Ouvir "Quarentena de si mesmo - CantuÁrea #05"
Sinopse do Episódio
Hoje o nosso papo é sobre autoconhecimento. As urgências decorrentes da pandemia de coronavírus nos impôs muitas contradições em face do estilo de vida contemporâneo. O distanciamento social enquanto principal método preventivo é uma delas e demanda reflexão.
Vivemos sob uma lógica cada vez mais individualista e fragmentada, na qual estamos a cada dia mais centrados em nós mesmos. Em vista disso, o sucesso toma um caráter cada vez mais personalista, estruturado numa questionável imagem pessoal que se vende e se compra por meio de interações mediadas digitalmente, isto é, numa razão imagética, objetificante e mercantil do 'ser' e do 'eu'. Não por acaso, o fenômeno das selfies traduz tão bem esta geração.
"Mas agora, lá fora, todo mundo é uma ilha", como bem diz a canção de Humberto Gessinger. A necessidade de distanciamento, isolamento e quarentena radicaliza e nos impõe a única companhia que a contemporaneidade oferece: a própria. E, ao que parece, ela pode ser mais incômoda do que se imagina.
Anterior à pandemia, tal realidade já se revelava habitualmente. A vivência por um cotidiano atarefado, de precarização, superexploração, cansaço e pessimismo, demanda doses diárias de analgésicos. Nesta perspectiva, necessárias habilidades para a compreensão da vida e do mundo, como a reflexão e os sentidos, se tornam fardos, gestos secundários que deixamos pra depois.
Para fugir das dores do mundo, nos alienamos, escapamos dos mecanismos últimos da apreensão do real: “o abismo que é pensar e sentir”, lamentado por Amarante. E, se há algo que nos integra a todos, sem objeções, é a busca incessante pela felicidade – e, por conseguinte, o distanciamento da tristeza. Desta maneira – e com toda razão –, fingimos e rimos com as séries, filmes, músicas, redes sociais e tudo aquilo que nos possa acalentar.
O problema aqui sugerido se desvela na fuga contínua de si mesmo, deste eu que não é vendável digitalmente, não possui filtros e não sustenta sorrisos falseados em selfies. Há tanto alienado, o eu-real se apresenta como uma insustentável companhia. Como lidar quando é a única?
A vida cobra. Por isso, precisamos dar a oportunidade de nos conhecermos através de muito autocuidado e autorreflexão. Proponha experiências consigo mesmo e encare seus limites e defeitos, reconheça suas proficiências e qualidades, exalte seu existir sui generis. Pelas frestas que se lhe apresentam, viva e deixe viver. Ao fim e ao cabo, não há escapatória:
todos somos
além do que temos
muito menos
do que supomos
muito mais
do que vendamos
E vocês, como estão lidando com tudo isso?
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Vivemos sob uma lógica cada vez mais individualista e fragmentada, na qual estamos a cada dia mais centrados em nós mesmos. Em vista disso, o sucesso toma um caráter cada vez mais personalista, estruturado numa questionável imagem pessoal que se vende e se compra por meio de interações mediadas digitalmente, isto é, numa razão imagética, objetificante e mercantil do 'ser' e do 'eu'. Não por acaso, o fenômeno das selfies traduz tão bem esta geração.
"Mas agora, lá fora, todo mundo é uma ilha", como bem diz a canção de Humberto Gessinger. A necessidade de distanciamento, isolamento e quarentena radicaliza e nos impõe a única companhia que a contemporaneidade oferece: a própria. E, ao que parece, ela pode ser mais incômoda do que se imagina.
Anterior à pandemia, tal realidade já se revelava habitualmente. A vivência por um cotidiano atarefado, de precarização, superexploração, cansaço e pessimismo, demanda doses diárias de analgésicos. Nesta perspectiva, necessárias habilidades para a compreensão da vida e do mundo, como a reflexão e os sentidos, se tornam fardos, gestos secundários que deixamos pra depois.
Para fugir das dores do mundo, nos alienamos, escapamos dos mecanismos últimos da apreensão do real: “o abismo que é pensar e sentir”, lamentado por Amarante. E, se há algo que nos integra a todos, sem objeções, é a busca incessante pela felicidade – e, por conseguinte, o distanciamento da tristeza. Desta maneira – e com toda razão –, fingimos e rimos com as séries, filmes, músicas, redes sociais e tudo aquilo que nos possa acalentar.
O problema aqui sugerido se desvela na fuga contínua de si mesmo, deste eu que não é vendável digitalmente, não possui filtros e não sustenta sorrisos falseados em selfies. Há tanto alienado, o eu-real se apresenta como uma insustentável companhia. Como lidar quando é a única?
A vida cobra. Por isso, precisamos dar a oportunidade de nos conhecermos através de muito autocuidado e autorreflexão. Proponha experiências consigo mesmo e encare seus limites e defeitos, reconheça suas proficiências e qualidades, exalte seu existir sui generis. Pelas frestas que se lhe apresentam, viva e deixe viver. Ao fim e ao cabo, não há escapatória:
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