Ouvir "#158: Créditos de carbono geram financeirização do meio ambiente"
Sinopse do Episódio
Neste episódio de Ambiente é o Meio o professor José Marcelino de Resende Pinto recebe a historiadora e pós-doutoranda do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP Ana Paula Salviatti para discutir a financeirização do meio ambiente.Ao longo do episódio, a historiadora argumenta que os créditos de carbono vieram para criar um mercado e dar apelo comercial para a preservação ambiental, mas sem um resultado efetivo, com redução de 0,02% na emissão de gases de efeito estufa na primeira fase do Protocolo de Kyoto.Ana Paula informa também que o Protocolo de Kyoto acabou, que as novas cúpulas do clima não criaram um arcabouço para substituí-lo e os créditos de carbono ficaram no mercado paralelo, auditados por empresas privadas, em um mecanismo que não é muito confiável.Ainda segundo a historiadora, nós vivemos um neoliberalismo ambiental, onde os créditos de carbono têm papel fundamental. Ela cita, como exemplo, a produção do óleo de palma. Para produzi-lo, é necessário queimar a floresta de palma para depois prensar as plantas. Se o produtor coloca uma lona sobre o solo durante esse processo, consegue emitir créditos de carbono por evitar uma contaminação do solo, mesmo ainda emitindo uma alta quantidade de poluentes durante a queima da palma.Ainda sobre o óleo de palma, Ana Paula explica que esses créditos de carbono são vendidos no mercado aberto, usados por empresas para conseguir certificações de redução de pegada de carbono e também por fundos de investimento para vender produtos financeiros com responsabilidade verde.
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