Episódio 3 - Alan Fonteles

Episódio 3 - Alan Fonteles

VENCEDORES

16/03/2020 9:02PM

Sinopse do Episódio "Episódio 3 - Alan Fonteles"

A vontade de ser atleta veio cedo para Alan. Menino pobre de Ananindeua, na Região Metropolitana de Be- lém, no Estado do Pará, na Amazônia Brasileira, ele teve as pernas amputadas acima dos joelhos, 21 dias depois de nascer, em consequência de um quadro de infecção generalizada. Começou a usar próteses aos três anos de idade e logo aprendeu a andar de bicicleta, a jogar futebol e vôlei. Quando tinha oito anos, pediu à mãe, a dona de casa Claudia, para acompanhar uma turma de amigos de bairro que participava de um programa de iniciação ao esporte na pista de atletismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. A treinadora e ex-atleta Suzete Montalvão, integrante do time brasilei- ro no revezamento 4X100m nas Olimpíadas de Seul, em 1988, nunca tinha treinado um atleta com deficiência física. Logo percebeu que estava diante de um garoto especialmente talentoso e determinado. Mesmo usando próteses não apropriadas para corrida, Alan evoluía a olhos vistos e se empenhava mais do que a média dos colegas. Treinava com o grupo da sua ida- de e esperava o horário do treino dos mais velhos para continuar. Em 2005, venceu as provas dos 100 metros e dos 200 metros no Circuito Loterias Caixa Norte/ Nordeste, em Manaus, e repetiu as conquistas na Etapa Nacional, no Rio. Em 2006, foi obrigado a uma longa e angustiante interrupção na carreira. Teve de passar por cirurgias para raspar a fíbula das duas pernas. Na adolescência, os ossos cresceram além do que os cotos podiam abrigar. Em 2007, estaria de volta, melhor do que nunca. Obteve o segundo lugar na Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa, em São Paulo, nos 100 metros e nos 200 me- tros. Em 2008, se tornou um dos primeiros brasileiros a correr com próteses de última geração, em fibra de carbono. O equipamento, que custa aproximadamente R$ 50 mil foi uma prova da confiança dos patrocina- dores no potencial de Alan. Ele mostrou que tinham razão. Venceu os 100 metros e os 400 metros na Etapa Regional Norte/Nordeste, em Natal, no Rio Grande do Norte e foi convocado para disputar o Campeonato Mundial Juvenil. Venceu os 100 metros e os 200 metros e foi terceiro nos 400 metros. Embora tivesse idade para continuar na Seleção Juvenil, Alan se superou. Atingiu o índice nos 200 metros para adultos. Com 16 anos de idade, foi o mais jovem atleta da delegação brasileira nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008. Conquistou exce- lentes resultados para um estreante. Foi sétimo lugar na final dos 200 metros e ganhou a prata com a equipe do revezamento 4X100m. Bicampeão mundial juvenil na República Tcheca nos 100 metros e nos 200 metros, em 2010, com quebra de recorde mundial nos 200 metros para atletas de até 20 anos de idade, Alan continuou competindo com sucesso entre adultos, obtendo o terceiro lugar nos 100 metros e no revezamento 4X100 no Campeonato Mundial da Nova Zelândia, em 2011. “Foi tudo muito rápido”, resume Alan, como se olhasse para trás, na direção do bloco de largada, ao desacelerar as passadas, depois de cruzar a linha dos 100 metros ra- sos. “Minha mãe acreditou desde o início, meu pai disse que sempre estaria ao meu lado e eu não queria outra coisa na vida”, diz.

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