É no silêncio que se pode escutar o que está calado. É no silêncio que se dá voz ao que se calou. É no silêncio que se ouve o sons não pronunciados, a ideias não verbalizadas, as palavras não ditas. É preciso silenciar para escutar. É preciso criar tempo e espaço para que o silêncio possa dar lugar à expressão mais profunda. É preciso respeitar o tempo, escutar o tempo, respeitar-se no tempo. Não pretenda que o silêncio apenas revele a sabedoria do seu Ser, antes de lhe dar lugar, é necessário purificar, criar espaço, soltar o que a impede de se expressar. É preciso silenciar para poder libertar, para poder se purificar, para poder se esvaziar. É preciso criar espaços vazios para que o movimento aconteça, para que a transformação aconteça, para que a vida aconteça. Quando tudo está preenchido, resolvido, solucionado, não há espaço para simplesmente ser, não há tempo para encontrar novas opções, não há disponibilidade para experimentar o que não estava previsto. Dê-se tempo para o novo, para que a vida se renove, para que novas possibilidades possam surgir, serem experimentadas, integradas. É no silêncio que se podem encontrar novas formas de ser, novos significados para ser, novas motivações para ser. Silencie, verdadeiramente, profundamente, sinceramente, não cale a sua voz, não bloqueie a sua expressão, não limite a sua condição. Esse silêncio é o tempo e o espaço para a verdadeira liberdade.

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