CNa#012: CdD-E03 – O Moita | Vinicius Watzl

02/04/2017 25 min
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Sinopse do Episódio

RPG Next apresenta... Crônicas de Damocles - Episódio 03 - O Moita.

 

   ATENÇÃO: Esse podcast é recomendado para maiores de 14 anos.

 

Bem vindos às Crônicas de Damocles, uma série de aventuras gravadas que se passa no mundo de Damocles:O início, um mundo de aventura onde a fantasia e a ficção científica se misturam.

 



 



 
Crônicas de Damocles: Episódio 3. O Moita.

 
 

Narrador: (música de abertura) Bem vindos a mais um episódio das Crônicas de Damocles. Nesse episódio acompanharemos mais aventuras de Gaspar de Gusmão. O Cascadura de Bragança, Já estabelecido como um herói lendário, depois de ter recebido a gema da ordem terceira do Paço Real Bragantino por serviços prestados à coroa de Bragança. Ele, com esses títulos conseguiu, dentro do sistema de rodízio de moradias de Bragança, se estabelecer e morar no interior da cidade capital. Com a idade Gusmão tem estado cada vez menos ativo e pensa já em uma aposentadoria de suas aventuras. A campainha da porta, no entanto, vai adiar, novamente, essas vontades.

Gusmão:(som de campainha futurista) Já vou, já vou. (som de porta futurista se abrindo) Olá, Como possa ajuda-lo senhor?...

Caio: Sou o Tenente Caio, da Guarda Imperial Bragantina, o senhor é o senhor Gusmão?

Gusmão: Sim sou eu, em que lhe posso ser útil? Entre por favor.

Caio: (som de porta futurista se fechando) Obrigado senhor Gusmão. Venho para lhe pedir ajuda.

Gusmão: Qual é o problema? Como posso ajudar?

Caio: Como o senhor talvez saiba, existe uma rede de jogos em Bragança. Uma rede ilegal. E a família está caçando um trapaceiro.

Gusmão: A família?

Caio: Eles se chamam assim. É um grupo do crime organizado que se estabeleceu como uma unidade familiar. Um deles resolveu ganhar dinheiro “por fora” e está sendo caçado. Ele teve sorte até agora, mas pode morrer. Já ouviu falar d’O Moita?

Gusmão: É uma figura lendária. Alguém que observa e chantageia os criminosos. Pelo que sei a polícia fala que recebeu dicas dele em recentes prisões, não é mesmo?

Caio: Ele não é lendário. Ele existe e é nosso informante. Mas também é da família, e, por isso um bandido. Precisamos que o encontre e o prenda.

Gusmão: Eu não sou policial.

Caio: Sim mas como detentor da gema da ordem terceira do paço bragantino tem poderes de policial. E, portanto, pode prender quando julgar necessário. Precisamos da sua ajuda. O Moita é lendário. Ele nunca foi preso. E, pelo que sabemos deve ser psiônico.

Gusmão: Outro psiônico... Há alguns anos enfrentei um deles perto de Helix, e foi difícil resistir aos seus poderes mentais.

Caio: Sabemos disso. Mas Dayton se ofereceu para treiná-lo se o conseguir capturar. E achamos que ele pode ter informações que nos levem a prender o chefe da família. O patriarca.

Gusmão: Entendo. Então eu o tenho de localizar e capturar, vivo.

Caio: Sim senhor Gusmão. Assim o é. Se enviarmos um grande contingente de efetivo acabaremos por alertá-lo de nossas intenções. E ele pode desaparecer, ou acabar sendo morto pela família. Precisamos de sua discrição e perícia.

Gusmão: Farei o que for possível.

Caio: O governo de Bragança agradece. Até logo senhor (Som de passos e porta futurista se abrindo e depois fechando)

Narrador: (música de aventura) Gusmão assiste a saída do tenente Caio de sua casa. Faz muito tempo que não entra numa aventura, e, apesar das dores que começou a sentir nas articulações, acha que ainda está muito jovem para se aposentar. O desafio o anima. Com decisão levanta-se procura por sua velha espada. Veste a sua nova armadura de couro de Rur, a velha já meio apertada. E sua capa. As botas veste comuns pois não espera enfrentar grandes desafios de escaladas ou grandes caminhadas. Bragança é uma cidade enorme, mas seus corredores possuem o calçamento do metal Onymariano o metal invencível das paredes e não se desgastam com os séculos de uso permanecendo limpos e brilhantes há milhares de anos. Gusmão sai às ruas e decide ir ao mercado. Se alguém sabe de alguma coisa da movimentação do submundo é o seu amigo o João das Pratas. (Sons de anúncios como os de aeroportos (vou ter de gravar alguma coisa) ao fundo do som de pessoas conversando além dos passos de Gusmão.) Gusmão chegou ao mercado central no grande vão localizado próximo à entrada da cidade, dirigindo-se logo para a loja de seu bom amigo.

João (Sim de sininho de porta) Bem vindo! Ora! É Você Gaspar?! O que o traz à minha loja?

Gusmão: Querido amigo, preciso lhe falar em particular. Você tem um minuto?

João: Claro, claro! Vamos venha aqui vamos subir (essa fala em Fadeout)

Narrador: Gusmão explicou a João das pratas tudo aquilo que o tenente Caio lhe pedira, João ouviu atentamente e ponderou que deveria procurar um contato na família. Um homem chamado Armênio. Ele seria uma ligação confiável para se tentar encontrar o moita. O problema é que esse homem vivia na cidade aos pés de Bragança. Longe dos corredores iluminados pelas luzes ancestrais e, certamente, cercado de proteções. Gusmão se preparou como pôde. E saiu naquele mesmo momento. (som de diversos passos em chão metálico seguidos de som de passos em cascalho) Após sair pelas portas que davam acesso à grande rampa que ligava a cidade principal a dos ancestrais, àquela de madeira no solo circundante, Gusmão percebeu que já era noite. Hoje era uma das noites de Plutônium. Plutônium era o deus do sol sombrio de Damocles. Em algumas noites do ano, pouco antes da alvorada, o sol sombrio surgia primeiro no horizonte, e seus raios de trevas escureciam e esfriavam o mundo. E própria luz das estrelas e de Ellan parecia desaparecer mergulhando o mundo em trevas, que traziam um grande frio. O aparecimento do Sol brilhante. O de Heliom pouco depois era recebido com alívio por todos que sentiam as forças renovadas. Pois, se Plutônium escurecia o mundo, Helion o resgatava sem falta. Chegando à cidade baixa Gusmão percebia que a maioria das pessoas se apressava para ir logo para casa. A noite de Plutônium era temida supersticiosamente por todos. Gusmão se aproxima de uma taverna próxima. Entra pela porta e se dirige ao taverneiro.

Gusmão( sons de taverna): Com licença senhor. Estou procurando o senhor Armênio. Ele está por aqui?

Taverneiro: Armênio? Por que o procura senhor Gusmão?

Gusmão: Preciso lhe pedir um favor.

Taverneiro: Entendo... Vou ver o que posso fazer.

Narrador: Gusmão se senta próximo ao balcão. Pedindo uma cerveja ao ajudante. Enquanto espera o taverneiro retornar. Seus instintos o fazem perceber que está sendo observado. Olhando a taverna calmamente percebe que o observam de dois lugares diferentes. De uma mesa ao fundo um grupo de homens de aspecto suspeito conversa por sussurros, enquanto do outro lado da taverna um homem baixo, provavelmente anão, com uma barba gigantesca, o observa por sobre uma enorme caneca de cerveja. O grupo sussurrante se divide, o anão faz sinal para que se aproxime. Gusmão se levanta. Pode perceber que o anão está vestido com uma armadura muito brilhante que se fosse branca poderia jurar ser de metal Onymariano, Ao lado da caneca tinha um elmo belissimamente trabalhado, e um machado quase do seu tamanho apoiado na cadeira. Gusmão senta-se próximo ao anão mantendo os olhos nos homens que circulam devagar, tentando não levantar suspeitas. O anão fala:

Lothar: Não pude deixar de perceber que o senhor deve ser Gaspar de Gusmão. Estou certo?

Gusmão: Sim. Esse sou eu.

Lothar: Então é o famoso Cascadura de Bragança?

Gusmão: Sim, é um apelido bobo, mas chama a atenção.

Lothar: Devo supor que a história desse apelido seja verdade...

Gusmão: Exageros. O exército não era tão grande assim.

Lothar: Hahahaha! Gostei de você meu jovem! (falando em voz baixa) Você sabe que esses homens estão planejando o assassinar não é?

Gusmão: (em voz baixa) Sim eu percebi. Eu os estou acompanhando. Qual é o seu nome?

Lothar: (em voz baixa) Chamo-me Lothar. Às suas ordens herói. Creio que o vou ajudar. (em voz alta) Creio senhor Gusmão que o senhor é modesto! Afinal não é sempre que encontramos o grande Cascadura! Destruidor de exércitos! Vou buscar uma cerveja! (em voz baixa) fique pronto. (som de cadeira sendo empurrada e passos na madeira).

Narrador: Gusmão assente com a cabeça num movimento quase imperceptível. O anão se levantou e caminhou na direção do balcão. Os homens já estão o cercando, são três. O mais alto é negro com uma grande cicatriz que passa na frente do olho esquerdo que é cego. O mais baixo é branco como Gusmão, com os cabelos esparsos caindo sobre um rosto prematuramente envelhecido. O do meio é moreno com feições de Upanishads, e um grande bigode que esconde dentes amarelos. Quando atacam Gusmão se ergue como um raio, a faca do assassino alto passando ao lado de seu rosto, enquanto a espada do moreno é aparada pela sua com habilidade. O terceiro é surpreendido pelo machado do anão que voa em direção a ele após ter voado por alguma magia do chão para a mão de Lothar, e dessa mão para o braço do atacante que, com o golpe perdeu a espada, a mão e boa parte do antebraço. O machado mágico após o corte iniciou rapidamente seu voo de volta à mão do anão. Gusmão num golpe de revide espetou o moreno com sua espada. Fazendo-o cair rapidamente ao chão. O alto negro sacava a espada quando Gusmão aparou o machado que voava para encerrar a vida desse bandido.

Gusmão: Preciso de um deles, mestre anão!

Lothar: Ora bolas rapaz! E a diversão?! Hahahaha!

Narrador: Gusmão avança para o atordoado assassino que tenta bloquear as investidas do herói, mas tem sua espada espatifada pela perícia de Gusmão que fala:

Gusmão: Renda-se homem. Você está em óbvia desvantagem. Vou poupá-lo se se render.

Narrador: O assassino percebendo suas opções, baixa as armas e ergue os braços rendendo-se.

Gusmão: Por que me atacou? Quem é você

Matias: Sou Matias. Poupe-me senhor. O senhor perguntou sobre o senhor Armênio.