Você não é o seu pior dia - Episódio 343 – Fabio Flores

08/10/2019 7 min

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Sinopse do Episódio

Olá. Eu sou o Professor Fabio Flores e este é o quadro Precisava Ouvir Isso.
Hoje eu venho aqui te contar algo bem pessoal.
Quando eu era criança eu fiz durante algum tempo algo que muito me envergonha.
Eu e meus amigos de escola depois da aula íamos pra Loja Americana e a gente roubava balas e chicletes. Era meio que um hábito bem comum entre os estudantes daquela escola que eu era recém chegado. Logo entrei no esquema da molecada e comecei a fazer igual a eles.
Logo na segunda semana eu e um amigo fomos pegos em flagrante pelo segurança da loja. Era uma época em que ainda não havia o Estatuto da Criança e do Adolescente. Por isso o segurança se sentiu a vontade para torcer nossos braços e nos arrastar por toda a loja até um depósito.
Lá ele abriu nossas mochilas e tirou cada bala, chiclete e chocolate que a gente tinha roubado. Depois ele somou cada item e passou pra gente o preço total dos produtos e disse que era pra gente pagar. Nenhum dos dois tinha dinheiro pra honrar aquela despesa. Neste momento ele bateu com uma régua em nossa cabeça e disse que ficaria com nosso material escolar como forma de ressarcir a loja pelo prejuízo que a gente ia dar. Nossos livros, cadernos, mochila... tudo iria ficar lá como forma de pagamento. E por fim ele disse: Se o pai de vocês vier aqui e pagar a dívida eu entrego pra ele o material.
Neste momento eu entrei em um ciclo de angustia. Seria uma humilhação ainda maior dizer pro meu pai que eu tinha sido pego roubando. Meu pai sempre foi um cara extremamente honesto. Aquilo seria horrível pra ele. Mas eu tomei coragem e disse pro meu pai. Ele demonstrou no rosto dele a mais profunda decepção e disse que iria no outro dia resolver isso. E lá ele foi. Logo que abriu o portão da loja lá estava meu pai. Ele pagou por tudo que eu roubei. O segurança disse que ele poderia levar os produtos e meu pai disse que não. Que na casa dele não entrava produto de roubo.
Meu pai voltou pra casa e contou como foi vergonhoso pra ele ter que ir conversar com aquele segurança. Disse que jamais imaginaria que um filho aos 12 anos conseguiria o decepcionar tanto. Aquelas palavras cortavam meu coração. Doeram bem mais que se ele tivesse me espancado. Num determinado momento meu pai disse que tinha certeza que eu não era um ladrão. Que ele tinha certeza que eu não era o meu pior dia. Que ele tinha certeza que daquele dia em diante eu iria fazer o possível e o impossível pra dar orgulho pra ele. Que eu daria tanto orgulho que ele um dia iria esquecer também aquele que foi o pior dia da vida dele.
E assim foi. A partir daí me lancei no mundo com esta missão. Com a missão de ficar eterno na memória do meu pai pelas coisas boas que eu pudesse fazer e conquistar. E já com 14 anos conquistei um emprego no Banco do Brasil. Com 20 passei no vestibular de uma Universidade Federal. Com 25 me tornei professor desta universidade federal. Com 26 passei num concurso da Marinha. Com 27 comecei a dar aula na maior faculdade privada do Espírito Santo. E com 29 anos perdi meu pai pra uma doença grave. Depois de perder meu pai continuei fazendo sempre o meu melhor em tudo. Faço o melhor por gostar de fazer bem feito e porque sei que meu pai de onde estiver estará tendo a certeza que eu não sou o meu pior dia.
Eu agradeço muito a meu pai por ter acreditado em mim e ter feito eu acreditar que eu não sou o meu pior dia. Por isso que eu gravei esta mensagem pra você hoje. Por pior que tenha sido algo que você fez no passado... você não é o seu pior dia. Você será o que você decidir se tornar. Você será o que você aprender com este pior dia.
Esta foi a dica de hoje. Se você acredita que mais alguém precisava ouvir isso, compartilhe esta mensagem. Se quiser conhecer mais dicas, procure no YouTube o Canal Precisava Ouvir Isso.
Forte abraço e até... até a sua vitória.

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