O segredo dos Humoristas - Episódio 272 – Fabio Flores

11/06/2019 4 min

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Sinopse do Episódio

Olá. Eu sou o Professor Fabio Flores e este é o quadro Precisava Ouvir Isso.
Hoje eu venho aqui te dizer um dos segredos dos humoristas.
Geralmente o humorista é um bom contador de causo. Ele pega uma história que viveu e coloca os temperos certos pra história se destacar por se tornar emocionante, memorável e original.
A gente se baseia muito numa frase do escritor Ariano Suassuna: Histórias ruins de viver são ótimas pra serem contadas.
O humorista vive a história dolorida e já durante a dor ele tenta ver o que tem de engraçado na situação. A gente se coloca em terceira pessoa. É como se a gente estivesse fora da situação olhando pra cena. De fora a gente nota os exageros e as incongruências. A gente já fica pensando no jeito que vai contar esta história pros outros. A gente tira sarro dagente mesmo pra gerar o riso nos outros.
Com isso... a medida em que a gente vai se distanciando da dor a gente vai encontrando o humor.
Só pra ilustrar eu vou te contar a história do velório do meu pai. Este foi o dia que eu mais chorei na vida. Eu não conseguia falar nada. Eu só chorava. Chorei até ver um amigo meu chegando. Neste momento eu lembrei de todos os outros velórios que eu tinha ido com este amigo. E lembrei do quanto a gente riu juntos em outros velórios, inclusive no velório do pai dele.
Este meu amigo ficou um tempo e depois teve que ir embora. Mas a alegria dele ficou comigo. Foi então que eu comecei a olhar pro velório buscando as histórias que eu queria contar. E até mesmo a testar as situações cômicas.
Um amigo chegou pra mim e disse: Fabio, se precisar de qualquer coisa pode contar comigo. E eu perguntei: Posso contar mesmo? Ele disse que sim. Amigo é pra estas horas. Foi então que eu pedi pra ele. Então trás uma caixinha de cerveja. Tô morrendo de sede. E ele disse: cerveja não, né Fabio? EU: Então não é tudo, né?
Teve outra bem interessante... Eu notei que a maior parte das senhoras tinham a mesma frase: Não tenho nem palavras. E internamente eu pensava... Não tem palavras e já me disse 4. Imagina se tivesse, heim? Ia cantar Faroeste Caboclo no velório...
Outra frase bem comum era: Nossa parece que está dormindo. E eu passei a responder... ainda bem, né? Porque se acordar mata uns 3 de susto.
Também tinha a frase: Tá melhor que a gente... e eu pensava. Melhor que a gente eu não sei. Mas melhor que eu provavelmente. Ao menos já está em Jardim da Paz... que é bem melhor que Nova Almeida.
Ou seja... o humorista leva ao pé da letra uma das máximas da Programação Neurolinguística. Nós somos as histórias que nós contamos sobre nós mesmos. De maneira geral as pessoas se apegam a dor e passam anos recontando suas dores e revivendo a dor cada vez que conta a história. O humorista não. Ele busca a cura através do sorriso. Ele quer mais urgentemente recontar a própria história com humor.
E cura é isso, né? É poder contar nossa história sem precisar chorar.
Esta foi a dica de hoje. Se você acredita que mais alguém precisava ouvir isso, compartilhe esta mensagem. Se quiser conhecer mais dicas, procure no YouTube o Canal Precisava Ouvir Isso.
Forte abraço e até... até a sua vitória.

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