Olá! Eu sou o Professor Fabio Flores e este é o podcast “Precisava Ouvir Isso”. Hoje eu venho aqui falar sobre um assunto bem delicado. Eu vou falar sobre o que a morte pode ensinar pra gente sobre a vida. Especialmente aquelas mortes absolutamente inesperadas. Especialmente sobre aquelas mortes que quebram aquilo que a gente aprendeu a crer que seria a seqüência natural da vida. Quando o filho morre antes dos pais. Você faz idéia do tamanho que é esta dor? Eu também não sei... Na verdade nem o dicionário sabe dizer... Quando um filho perde os pais ele se torna órfão. Quando um marido perde a esposa ele se torna viúvo. Mas e quando um pai ou uma mãe perdem seu filho? Que nome se dá a esta trágica condição familiar? Ninguém sabe... nem os dicionários conseguiram traduzir. É algo tão doloroso que se tornou impossível traduzir em palavras.
E esta dor está sendo vivida por uma mãe que o Brasil aprendeu a amar por causa do trabalho do filho, e o trabalho do filho, dentre outras coisas, foi dividir as histórias da própria mãe nos palcos. As histórias da mãe dele encontraram eco com as histórias de nossas mães. E assim a personagem Dona Herminia virou uma espécie de mãe do Brasil. E a Dona Déia... a mãe do ator Paulo Gustavo... viu suas histórias indo do cotidiano pros palcos do teatro... dos palcos do teatro pra telinha das televisões... e das telinhas pras telonas do cinema. Se tornando o filme mais visto da história do cinema nacional.
Em minha mãe é uma peça 3... uma fala da Dona Hermínia falou muito alto ao coração dos expectadores no cinema. E depois da tragédia passou a falar mais alto ainda. Confere aí o que Dona Hermínia disse em uma cena onde a tia sepultava um filho...
AUDIO DONA HERMINIA
É... de fato Quando uma mãe perde um filho, todas as mães perdem um pouco também.
Agora eu te peço que ouça um áudio que a mãe do Paulo Gustavo enviou em um grupo de whatsapp quando uma emissora de TV, desrespeitando o luto da família, falou que o filho dela já estava morto...
ÁUDIO DONA DÉIA
Perceba o quanto a dor da Dona Déia encontra eco na fala da personagem Dona Herminia.
Paulo Gustavo deixa pra gente uma lição valiosíssima. A lição de temer menos a morte do que uma vida insuficiente. Ele precisou de 42 anos de vida e 17 anos nos palcos para construir sua imortalidade na memória de milhões de pessoas que reconheceram nele um semeador de sorrisos. Reconheceram na Dona Hermínia uma clone de nossas próprias mães.
Existe algum mistério ou magia que envolve pessoas que morrem muito jovens. Parece que o inconsciente delas sabe que o tempo será mais curto, por isso vivem com mais intensidade, com mais alegria e com mais fome de vida.
A gente vive com tanto medo da morte que se esquece de viver a vida. Esquece de construir um significado pra nossa existência. Esquece que o maior pecado que podemos cometer é o de viver uma vida insuficiente. É toda noite antes de dormir perceber que fomos bem menos do que poderíamos ser. É acordar todo dia sem despertar pra Vida. É acordar sem saber por que fazemos o que fazemos. Sem saber onde queremos chegar e nem por que chegar lá.
Permita que as sementes de Alegria e Amor que Paulo Gustavo semeou floresçam em seu coração e inspirem sua jornada por uma vida com significado e suficiência. “A vida é muito curta pra ser pequena”. Não apequene a sua existência. Exista com suficiência.

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