#01 - Entenda o que Seu Filho quer Dizer!

30/04/2025 11 min Temporada 1 Episodio 1
#01 - Entenda o que Seu Filho quer Dizer!

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Sinopse do Episódio

(00:00:00) Introdução: Birra e Revolta Adolescente – A Verdadeira Comunicação Não Verbal
(00:01:13) Além da Rebeldia: Por Que o Comportamento é um Grito de Compreensão?
(00:01:48) Evolução da Mente: Pare de Ver a Atitude como um Fato Isolado
(00:01:54) A Birra como Sinal Vermelho: Fome, Cansaço, Frustração e Abandono Emocional
(00:02:14) Por Que Crianças Pequenas Usam o Comportamento? (Falta de Maturidade Emocional)
(00:03:01) Neurociência: O Período Crítico de Desenvolvimento do Cérebro (Até 5 anos)
(00:03:20) O Córtex Pré-Frontal em Construção: Respostas Impulsivas são Naturais
(00:03:54) Desmistificando a Birra: Não é Manipulação, é Incapacidade de Lidar com Frustração
(00:04:19) A Reestruturação Cerebral na Adolescência: O Processo da Poda Neural
(00:05:01) Sistema Límbico Hiperativo vs. Córtex em Desenvolvimento (A "Bomba Armada")
(00:05:36) Grosseria Adolescente: Reagindo a um Turbilhão Interno Não Compreendido
(00:05:45) Lidar com a Birra: Compreender não Significa Tolerar Tudo (Debate sobre Permissibilidade)
(00:06:23) Foco na Causa: Como a Função de Tutores é Trabalhar na Origem da Ação
(00:06:46) Estratégia Infantil: Observar Gatilhos de Fome, Cansaço ou Necessidade de Atenção
(00:06:57) Estratégia Adolescente: Abrir Espaço para o Diálogo Sem Julgamentos
(00:07:07) Carl Rogers: Ser Escutado com Empatia é a Maior Necessidade Humana
(00:07:49) Estratégia Prática: "Name It to Tame It" – Nomear Emoções para Regulá-las
(00:08:55) A Força da Validação Emocional: Acamando o Sistema Nervoso da Criança
(00:09:47) Ouça de Verdade: Sem Impor Soluções Imediatas ou Tarefas ao Adolescente
(00:10:25) Conclusão: Por Trás de Cada Comportamento Desafiador, Existe uma Mensagem a Ser Decifrada

Podcast de Psicologia, o seu refúgio semanal para desvendar os segredos da mente humana. Apresentado por Renan Daniel, estudante de Psicologia, este podcast é a sua caixa de ferramentas psicológicas para uma vida mais plena, consciente e com propósito. Aqui, a psicologia não é apenas teoria; é a base para estratégias acionáveis e cientificamente comprovadas que você pode aplicar no seu dia a dia. #PodcastdePsicologia #Psicologia #Autoconhecimento #SaudeMental #DesenvolvimentoPessoal #AutoAjudaSite | Youtube | Spotify | Apple Podcasts | Amazon Music/Audible | Deezer | Instagram | TikTokTranscrição: Olá pessoal! Sejam bem vindos ao primeiro episódio do Mente Aberta. Um podcast onde exploramos juntos os mistérios da mente de uma forma prática, simples, mas embasada. Eu sou o Renan Daniel, estudante de Psicologia e hoje eu quero trazer um tema que com certeza você já presenciou. E eu confesso que eu tinha muita, muito julgamento em relação a isso. Mas justamente a reflexão sobre esse tema e como isso foi me apresentado na faculdade justamente me trouxe reflexões interessantes sobre isso. E eu comecei a pesquisar um pouco mais sobre e compreendi que que tem várias faces, várias camadas que a gente precisa estar atento. E esse tema é a birra das crianças. É a famosa revolta dos adolescentes. Acredite, esse comportamento tem muito mais para dizer do que parece à primeira vista. Hoje nós vamos entender como essas manifestações, muitas vezes vista como simples teimosia ou rebeldia, são, na verdade, formas bem complexas de comunicação não verbal. Mas vamos começar como uma reflexão. Quantas vezes você já ouviu alguém dizer Essa criança está querendo chamar atenção? Ou esse adolescente aí só está fazendo isso para desafiar? Mas e se, ao invés disso, entendermos que essa atitude são, na verdade, um grito de compreensão? O porquê que eu digo isso? Porque para evoluir e abrir a mente em relação a isso, você vai ter que parar de ver a atitude como uma atitude isolada e como uma forma, mas sim como uma forma de comunicação. Só que uma comunicação não verbal. A birra de uma criança pode ser vista como um sinal vermelho. É o modo dela dizer, na verdade, que algo está errado. Pode ser fome, cansaço, frustração ou até mesmo sensação de abandono emocional. As crianças, especialmente as menorzinhas, elas não têm um vocabulário ou a maturidade emocional que nós temos, e muitas vezes nós não temos. Nós adultos, para dizer Eu estou me sentindo insegura ou eu preciso de um tempo ou eu estava feliz até cinco minutos atrás, mas agora estou com fome. Tudo mudou. Vamos buscar alguma coisa para comer. Então elas usam o que elas têm, que é o comportamento, porque elas justamente não desenvolveram ainda toda essa, essa complexidade e essa, na verdade, essa habilidade de expressar complexidades através da comunicação verbal. Então elas utilizam a comunicação não verbal. Mas agora vamos nos aprofundar. Uma curiosidade interessante. Você sabia que até os cinco anos o cérebro das crianças está em fase de desenvolvimento, numa fase de desenvolvimento chamada período crítico? Durante essa fase, o córtex pré frontal, que é responsável pelo controle emocional e pela tomada de decisões, ele ainda está em construção. Isso significa que comportamentos impulsivos, como gritar ou chorar são respostas naturais do cérebro que ainda está aprendendo a lidar com essas emoções intensas, né? Imagine que num adulto isso já está desenvolvido e mesmo assim a gente tem dificuldades, então imagina numa criança que isso ainda está em desenvolvimento, né? Mas e o que isso tem a ver com birra? Tudo. Porque basicamente, quando a criança está gritando no supermercado que ela não conseguiu um doce ou qualquer outra coisa assim. Não é necessariamente para te manipular. E sobre ela não saber lidar com essa frustração naquele momento e não conseguir comunicar isso de uma forma esperada, que a gente espera muitas vezes de um adulto, né? Mas e o adolescente? Aqui a coisa vai ficando um pouco mais complexa. Durante a adolescência, o cérebro passa por uma reestruturação completa. Existe uma fase importante que se chama poda neural, onde as conexões cerebrais pouco usadas vão sendo eliminadas e as mais utilizadas vão sendo fortalecidas. Isso faz parte do processo de amadurecimento de todo o mundo e de todos aí da nossa espécie. Mas esse processo pode causar explosões emocionais e comportamentos impulsivos muitas vezes. É engraçado porque estudos mostram que durante a adolescência, o sistema límbico, a área do cérebro ligada as emoções, está hiperativo. É já o córtex pré frontal que ajuda a regular essas emoções. Ainda está em pleno desenvolvimento. Então, o que a gente tem? Uma bomba armada, né? Então, esse sistema límbico, ele fica hiperativo. Quem deve regular ainda está em desenvolvimento. E é isso. Aquele adolescente que bate a porta ou responde com grosseria pode, na verdade, estar reagindo a um turbilhão interno que nem ele está entendendo exatamente o que está acontecendo. Mas ok, como podemos lidar com isso, né? Primeiro, é importante lembrar que compreender o comportamento não significa tolerar tudo. Inclusive, tem um debate na sociedade que hoje ele está muito em questão agora, que é que sobre essa questão da permissibilidade e etc. E tem todo uma discussão sobre isso. Mas aqui a minha proposta é outra, é entender, é que a gente entenda que, na verdade existe uma causa por trás dessa ação. E que nós, como como tutores dessas crianças. E uma das nossas funções é tentar justamente trabalhar na causa para justamente ajudar naquele processo e etc. Então, com crianças isso pode significar, por exemplo, observar gatilhos, né? Putz, será que ela não tá com fome ou cansada? Ou está realmente precisando de atenção? E com adolescentes, né? A abordagem é mais sobre abrir espaço para o diálogo. O psicólogo Carl Rogers, criador da abordagem centrada na pessoa. Ele tem uma frase que, nas palavras dele, ele fala Ser escutado com empatia é uma das maiores necessidades humanas. Agora imagine isso com humanos e pessoas em formação. Isso tem um impacto ainda maior. Isso vale ainda mais para os adolescentes. Às vezes, eles só precisam que alguém os escute sem julgamentos e só escutar mesmo. Isso é extremamente importante. E assim, deixando o julgamento de lado, né? Então, é um ponto aqui super interessante. É que estratégias simples podem transformar esses momentos de crise em oportunidades muito interessantes de conexão. Por exemplo. Com criança, você pode usar crianças. Você pode usar um método chamado name it to the limit. Qual é a ideia aqui, né? Nomear as emoções para ajudar a regulá la. Então, por exemplo, quando uma criança está chorando porque não conseguiu o que queria muitas vezes, qual é nosso ímpeto inicial, né? Ah, putz, ela estava brincando até cinco minutos atrás e agora ela ta chorando, né? Você quer que ela volte a brincar, né? Então você pergunta Olha o que? Que o que tá errado? O que? O que aconteceu? Mas na verdade ela já está te mostrando que alguma coisa aconteceu justamente pela mudança do comportamento. Então você poderia dizer Eu sei que você está triste porque queria muito isso. No caso, se ela está chorando, querendo algo, mas você demonstrar que entendeu aquela comunicação, porque essa simples validação já vai ajudar a acalmar o sistema nervoso dela. Então é uma demonstração de uma validação da emoção dela e não de uma invalidação da emoção. Então, se ela ficou triste e fala assim, não para de ficar triste, Você está invalidando a emoção no final das contas, né? Então, isso aqui é extremamente importante, né? Até tem aquele filme da Disney que tá fazendo muito sucesso Divertidamente, né, que justamente trata muito sobre isso, né? Trazer luz para essas emoções, né? E isso realmente ajuda bastante no desenvolvimento com adolescentes. Mostrar que você está disposto a ouvi los sem impor soluções imediatas já faz uma diferença enorme. Mas assim, ouvi los de verdade, sem ficar colocando soluções imediatas e tarefas ali. Perguntar algo como o que está te incomodando pode abrir uma porta para um diálogo mais profundo. Então é isso, pessoal. Por hoje é isso. Tentei trazer aqui um pouquinho do que eu tô aprendendo, assim espero trazer muito mais, mas eu sinto que isso pode ser muito útil. Espero que esse episódio tenha ajudado você a enxergar a birra e a revolta de uma forma diferente. Igual me ajudou porque eu confesso que eu julgava muito. Então a gente vai trabalhando em cima desses pontos, né? Por trás de cada comportamento desafiador, existe uma mensagem que precisa ser decifrada com paciência, empatia e as ferramentas certas. Assim, nós podemos transformar esses momentos em aprendizado e conexão. Se você gostou, compartilhe esse episódio com alguém que possa se beneficiar. E não esqueça de seguir o. Mente a Mente aberta Aqui nosso podcast para mais reflexões sobre psicologia no dia a dia. Até a próxima e muitíssimo obrigado por ter ficado até aqui.