Ouvir "Ep 8 - Positividade Tóxica"
Sinopse do Episódio
Você é feliz, otimista? Ou você só parece feliz?
Neste episódio do Podcast Personas, vamos falar sobre Positividade Tóxica.
Falamos sobre o documentário Dilemas das Redes, luto não reconhecido, depressão, sobre a eterna dificuldade que as pessoas tem de ouvir.
*
Oi, tudo bem? Como você está tudo bem? Diz que bem, fale que bem, estamos bem, vamos seguindo bem então certo?
O mundo está muito louco e quando falo isso não estou me referindo àqueles que vivem de modo diferente, se comportam de maneira diferente, não correspondem à norma, se consideram heróis, Jesus Cristo, Raul Seixas.
Tampouco falo da loucura associada ao sofrimento, à ansiedade, à angustia.
Falo da loucura da insensatez, do cinismo, que imposição de um produto com rótulo para experiências absolutamente trágicas da vida.
Esse é, para mim, o maior crime que se pode cometer à subjetividade.
Vamos aprender algo com esse sofrimento a qualquer custo: isso que sentes precisa ser elaborado, ressignificado, curado imediatamente.
Manoel de Barros contribui de forma essencial às normas, ele diz: quisera existisse uma linguagem que obedecesse a desordem das falas infantis do que as ordens gramaticais. Desfazer o normal há de ser uma norma.
Em outro momento ele relata que quando morava na última casa de uma rua, lá ele descobriu a palavra abandono.
A palavra funcionava dentro e fora das pessoas. Não sabia se era o lugar que transmitia o abandono às pessoas ou eram elas que transmitiam o abandono ao lugar. Conhecia a palavra só de nome. Mas não conhecia o lugar que pegava a palavra abandono.
Por antes a força da palavra é que dava a noção. Mas em vista do que vi o olhar reforçava a palavra. O olhar segura a palavra na gente. O cheiro e o amo do lugar também participam. Todos os seres daquele lugar me pareciam perdidos na terra, bem esquecidos como um lápis em numa península. Mas Nhá Velina Cuê me falou: este abandono me protege. Acho que esse paradoxo reforça mais a poesia do que a verdade.
É no cuidado do sofrimento que reconhecemos os sujeitos em suas verdades e poesias, sem determinar como devem ser ou sentir.
-Carla Santos
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Neste episódio do Podcast Personas, vamos falar sobre Positividade Tóxica.
Falamos sobre o documentário Dilemas das Redes, luto não reconhecido, depressão, sobre a eterna dificuldade que as pessoas tem de ouvir.
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Oi, tudo bem? Como você está tudo bem? Diz que bem, fale que bem, estamos bem, vamos seguindo bem então certo?
O mundo está muito louco e quando falo isso não estou me referindo àqueles que vivem de modo diferente, se comportam de maneira diferente, não correspondem à norma, se consideram heróis, Jesus Cristo, Raul Seixas.
Tampouco falo da loucura associada ao sofrimento, à ansiedade, à angustia.
Falo da loucura da insensatez, do cinismo, que imposição de um produto com rótulo para experiências absolutamente trágicas da vida.
Esse é, para mim, o maior crime que se pode cometer à subjetividade.
Vamos aprender algo com esse sofrimento a qualquer custo: isso que sentes precisa ser elaborado, ressignificado, curado imediatamente.
Manoel de Barros contribui de forma essencial às normas, ele diz: quisera existisse uma linguagem que obedecesse a desordem das falas infantis do que as ordens gramaticais. Desfazer o normal há de ser uma norma.
Em outro momento ele relata que quando morava na última casa de uma rua, lá ele descobriu a palavra abandono.
A palavra funcionava dentro e fora das pessoas. Não sabia se era o lugar que transmitia o abandono às pessoas ou eram elas que transmitiam o abandono ao lugar. Conhecia a palavra só de nome. Mas não conhecia o lugar que pegava a palavra abandono.
Por antes a força da palavra é que dava a noção. Mas em vista do que vi o olhar reforçava a palavra. O olhar segura a palavra na gente. O cheiro e o amo do lugar também participam. Todos os seres daquele lugar me pareciam perdidos na terra, bem esquecidos como um lápis em numa península. Mas Nhá Velina Cuê me falou: este abandono me protege. Acho que esse paradoxo reforça mais a poesia do que a verdade.
É no cuidado do sofrimento que reconhecemos os sujeitos em suas verdades e poesias, sem determinar como devem ser ou sentir.
-Carla Santos
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