O que a selecção nacional nos diz sobre Portugal

17/11/2025 15 min Temporada 2025 Episodio 217
O que a selecção nacional nos diz sobre Portugal

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Sinopse do Episódio

Em circunstâncias normais, o país do futebol devia estar a celebrar a vitória categórica de 9-1 da selecção nacional sobre a Arménia e ainda mais a nona qualificação para uma fase final do Campeonato do Mundo, no próximo ano. Mas, tanto como o reconhecimento de um jogo que reconciliou a equipa nacional com o país, no final falou-se também das dúvidas que a fase de qualificação colocou em cima da mesa. Com um grupo fraco pela frente, Portugal teve de esperar pela última partida para se qualificar. E os fracassos dos embates contra a Hungria e, ainda mais, contra a República da Irlanda, deixaram no ar perguntas. A primeira, a mais importante: será que com este desempenho, Portugal pode continuar a considerar que tem condições para se bater pelo título mundial? E outra, decorrente da primeira, que continua a gerar um debate apaixonado: será a selecção, de facto, resultado de uma escolha que premeia os melhores? Ou por opção do treinador, a equipa nacional tornou-se uma corte povoada pelos mesmos de sempre, como tivessem uma espécie de estatuto de nobreza que lhes garante um lugar na ficha de jogo? Há anos que o país discute esta questão, pelo menos desde o mundial do Catar. Jogadores que outrora eram indiscutíveis pela sua efectiva qualidade de jogo, acusam hoje o peso da idade mas continuam a ocupar lugares, deixando de fora jovens que na opinião dos especialistas tinham mais condições para jogar. Exemplos: Cristiano Ronaldo ou Bernardo Silva, no primeiro caso, Rodrigo Mora e Giovanni Quenda, como exemplos do segundo. Sabe-se que o país tem uma extraordinária dívida de gratidão aos jogadores que hoje estão nos 30 ou muito para lá dos 30. Mas, de alguma forma, a renúncia à juventude revela o conservadorismo arreigado na sociedade portuguesa. Os incumbentes parecem ter um direito natural a existir, os que emergem e revelam as suas capacidades, são relegados para segundo plano. Será esta a melhor forma de defender o interesse e a capacidade de competir da selecção? E, de passagem, será esta a melhor forma de proteger a imagem de jogadores que estão já longe da sua melhor condição? Por tudo o que, por exemplo, Cristiano Ronaldo fez pela equipa nacional, por tanto o que o país lhe deve, faz sentido expor o seu natural declínio físico, sujeitando-o a tantas críticas? Temas para uma conversa com Nuno Sousa, jornalista e editor da secção do Desporto do PÚBLICO.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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