O papilomavírus humano (HPV) no Amazonas

O HPV, sigla em inglês do papilomavírus humano, é um vírus que atinge a pele ou as mucosas (genital, oral e anal), em sua maioria, de mulheres. Se não cuidado, pode resultar no câncer de colo de útero. No Amazonas, sua incidência é preocupante. Nos últimos 30 anos, não houve nenhuma diminuição dos casos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos podem infectar o trato ano-genital. O vírus se caracteriza pelo aparecimento de verrugas ou lesões. Dependendo do tipo, ele pode aparecer em diferentes partes do corpo. Um estudo realizado em 2017 pelo POP-Brasil, com mais de 7.500 pessoas das capitais brasileiras, constatou que a prevalência do HPV no país é de 54,3%. Também, 37,6 % dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer. Sintomas Na maioria dos casos, o HPV não apresenta os sintomas imediatamente, ou seja, ele fica latente. Ele pode, em sua maioria, não demonstrar sinais visíveis a olho nu. Os primeiros sinais costumam aparecer entre 2 a 8 meses, porém, também pode demorar até 20 anos para algum sintoma se manifestar. Entretanto, o vírus também se aproveita do baixo sistema imunológico da pessoa para aparecer. Em mulheres, as lesões e verrugas podem aparecer: • Na vulva; • Vagina; • Colo do útero; • Região perianal. Nos homens o aparecimento ocorre: • Também na região perianal; • Ânus; • Pênis (geralmente na glande); • Bolsa escrotal; • E/ou região pubiana. Transmissão A sua transmissão acontece pelo contato com a pele e, a mais comum, por via sexual, o que considera uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Mas, diferentes das outras infecções sexuais, não é necessário o contato com fluídos para que aconteça a contaminação. Apenas o contato com o pênis e a vagina, já acarreta a transmissão. Quando anomalias que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolau regularmente, aconselha o Ministério da Saúde. Fatores de risco Existem fatores de risco relacionados ao câncer, derivados do HPV. Segundo o biólogo Lucas Vieira do INPA, existem diversos que podem ser evitados com o autocuidado. “Múltiplas gestações, o uso de contraceptivos orais de altas doses, fumo, infecção pelo HIV, tratamento de quimio e presença de outras ISTs, como a herpes simples e clamídia, são fatores que podem contribuir para a evolução do vírus para o câncer”, explicou. Tratamento Existem diversos tipos de tratamento para os sintomas de HPV. Tudo depende do grau e localização da manifestação do vírus. Cremes ou ácidos, como o ácido tricloroacético (ATA), melhoram os sintomas externos e, em casos mais graves, a cirurgia. No Amazonas, 50,3% de jovens mulheres estão infectadas pelo vírus, porcentagem que permanece intacta todo ano. Mulheres com HIV e Aids têm maior probabilidade de ter a doença comparadas com as negativas, por conta do baixo sistema imunológico.

O papilomavírus humano (HPV) no Amazonas

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