🎧 NO AR o 96º episódio do podcast Nem Negacionismo, Nem Apocalipse! Nesta semana conversamos com Carlos Eduardo de Castro, Diretor de Regulação e Novos Negócios do Grupo Águas do Brasil e com Carlos Gontijo, Diretor da Concessionária Águas de Juturnaíba, responsável pela criação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Ponte dos Leites.
✅ A ETE Ponte dos Leites, localizada em Araruama (RJ), é um exemplo concreto de como a inovação pode ser aplicada no setor de saneamento básico, sendo considerada atualmente como uma das mais sustentáveis do país. Carlos Gontijo comenta a combinação de tecnologias que compõem o sistema inovador da Estação: em um espaço equivalente a 11 campos de futebol, a estação comporta três lagoas de Wetlands para tratamento terciário de esgoto, junto ao tratamento convencional com um sistema de ponta composto por unidades de tratamento preliminar mecanizadas, batelada de lodo ativado e desidratação de lodo.
✅ O sistema de Wetlands substitui o uso de produtos químicos por plantas aquáticas no tratamento de esgoto, em uma capacidade de cerca de 220 litros de esgoto por segundo na ETE Ponte dos Leites. “É a natureza trabalhando a nosso favor”, como diz Gontijo. Um interessante projeto desenvolvido a partir desse sistema é o “Ecofibras”, de cunho social e profissionalizante. Como as plantas aquáticas requerem podas frequentes no sistema de Wetland (crescem em torno de 6 vezes mais do que no habitat normal), parte das podas são destinadas ao projeto que, em parceria com a cooperativa Nós da Trama, promove a capacitação de adolescentes de escolas públicas e de pessoas com deficiências intelectuais e motoras para a produção de artesanato a partir das fibras das plantas.
✅ Carlos Eduardo de Castro destaca que um grande ponto de atenção do Grupo Águas do Brasil além da adequação das necessidades operacionais e da preocupação com a qualidade do efluente a ser tratado era a importância de minimizar os impactos, principalmente em relação aos resíduos gerados. Assim, outra grande inovação da ETE Ponte dos Leites é ser resíduo zero.
✅ Além de fornecer um destino nobre às podas das plantas aquáticas, os demais resíduos da ETE também recebem tratamento especial. O lodo, um dos principais produtos da estação, é parcialmente destinado à produção de tijolos ecológicos artesanais, em uma oficina da própria concessionária, cuja capacidade de produção chega até mil tijolos ou pisos intertravados por dia. Além disso, o lodo residual também é utilizado na compostagem para a produção do Biossólido, um fertilizante rico em matéria orgânica, que é aplicado em projetos de reflorestamento do Grupo Águas do Brasil, como o desenvolvido no entorno do Reservatório de Juturnaíba e da Lagoa de Araruama, e responsável por devolver vida aos locais e transformando-os em uma espécie de parque, como contam nossos convidados.

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