Ouvir "Papo Lendário #228 – Páris e Helena"
Sinopse do Episódio
Nesse episódio do Papo Lendário, Leonardo entrevista Paloma Betini, sobre o mito de Páris e Helena.
Conversamos sobre a complexidade desses personagens, suas origens e toda a importância que eles possuem na Guerra de Tróia, um dos principais eventos da mitologia Grega.
Veja como outros autores antigos, além de Homero, representaram Helena e Páris.
-- EQUIPE --
Pauta, edição: Leonardo
Locução da abertura: Ira Croft
Host: Leonardo
Participante: Paloma Betini
-- APOIE o Mitografias --
-- LINKS --
Contatos da convidada:
Academia.edu
Construções e contradições de um herói homérico: imagens de Páris/Alexandre na Ilíada
Grupo Panastér
-- Agradecimentos aos Apoiadores --
Alan Franco
Alexandre Iombriller Chagas
Aline Aparecida Matias
Ana Lúcia Merege Correia
Anderson Zaniratti
André Victor Dias dos Santos
Antunes Thiago
Bruno Gouvea Santos
Clecius Alexandre Duran
Domenica Mendes
Eder Cardoso Santana
Eduardo Oliveira
Everson
Everton Gouveia
Jeankamke
Jonathan Souza de Oliveira
Leila Pereira Minetto
Lindonil Rodrigues dos Reis
Marcia Regina M. Garcia
Mateus Seenem Tavares
Mayra
Patricia Ussyk
Paulo Peiker
Rafael Resca
Rafa Mello
Rosenilda A. Azevedo
Surya Namaskar
Talita Kelly Martinez
Willian Rochadel
-- Transcrição realizada por Amanda Barreiro (@manda_barreiro) --
[00:00:00]
[Vinheta de abertura]: Você está ouvindo Papo Lendário, podcast de mitologias do projeto Mitografias. Quer conhecer sobre mitos, lendas, folclore e muito mais? Acesse: mitografias.com.br.
[Trilha sonora]
Leonardo: Muito bem, ouvinte. No episódio de hoje, vamos falar de um dos casais mais famosos da mitologia grega, senão o mais famoso, já que foram os responsáveis pela Guerra de Tróia, um dos principais eventos dessa mitologia. Quem conhece já sabe que eu estou falando de Helena e Páris, e focaremos em alguns dos diversos aspectos deles, já que a convidada de hoje tem pesquisas e trabalhos sobre eles. Então, Paloma, muito obrigado por ter aceito o convite e fique à vontade para se apresentar para o ouvinte.
Paloma: Muito obrigada, você, Leonardo, pelo convite. Eu estou muito honrada, muito feliz de poder falar sobre algo que eu estudo e que eu adoro. Eu sou completamente apaixonada por mitologia, por poesia grega - esses dois personagens principalmente me atiçam a curiosidade, me fazem pesquisar. Então é muito legal poder aqui compartilhar com vocês um assunto que me anima tanto.
Leonardo: Que legal. E as suas pesquisas, como estão? O que você já produziu? Como está o andamento disso sobre esse tema?
Paloma: Bom, eu estou estudante de graduação, já estou no final - se tudo der certo, eu me formo esse semestre em Letras, na Universidade de São Paulo. Oficialmente, eu só faço Português, porém já faz uns quatro anos que eu pego muitas optativas em língua grega e fiz pesquisa na área de literatura grega, então eu digo que, por puxadinho, eu também sou do grego. Mas então eu fiz uma iniciação científica, que é tipo uma pesquisa, é o início, de você começar a fazer uma pesquisa acadêmica em alguma área, e eu fiz sobre Helena e Páris na poesia mélica, grega arcaica, sob orientação da professora Giuliana Ragusa. E foi uma pesquisa que eu estudei 14 fragmentos de poemas de cinco poetas diferentes de um gênero chamado mélica, e agora, quando eu terminar a minha graduação, eu estou pretendendo partir para o mestrado, em que eu vou pesquisar principalmente o Páris, que é um personagem um pouco polêmico.
Leonardo: É interessante falar das polêmicas, então.
Paloma: Sim, pois é, a gente vai falar. E eu também tive a oportunidade de participar de alguns congressos já falando sobre a minha pesquisa e também tive uns artigos publicados, então, quem se interessar...
Leonardo: Interessante você ter citado a questão de ser de Letras, porque, ouvinte, como você já deve ter visto em alguns outros episódios que a gente lançou recentemente, a gente está apresentando pessoas dessa área para mostrar que realmente mitologia abrange várias áreas. Algumas pessoas estão acostumadas a ver mitologia vindo com um quê mais histórico, de quem estuda a parte de História antiga, mas a parte de Letras acaba pegando também. Então, ouvinte, você vê como que mitologia pode ser abrangente.
Paloma: Sim, isso especialmente falando de mitologia grega, porque era uma cultura letrada, então grande parte dos mitos vem pela poesia, vem pelo teatro, pela épica, pela mélica, como eu citei, enfim. Então a poesia é a maior transmissora dos mitos que a gente conhece da Grécia. Então o papel do pessoal das Letras é muito importante. Mas é claro, até disse anteriormente, é importante que nós da área, que estudamos a Antiguidade nos juntemos, não fiquemos cada um preso na sua caixinha, porque, afinal, História e poesia, nessa época, são inseparáveis praticamente. Então para a gente não faz muito sentido ficar cada um estudando só nas caixinhas, a gente tem que conversar, a gente tem que dialogar. Isso é muito importante.
Leonardo: E uma coisa que eu também agradeço ao pessoal de Letras que muitas vezes algumas obras a gente não tem traduzidas em livros publicados, e às vezes você encontra trabalho acadêmico com essa tradução. Isso é ótimo.
Paloma: Isso é um trabalho muito importante, inclusive para o pessoal de outras áreas terem acesso, já que é muito difícil pessoas aprenderem grego. É uma língua muito difícil, que precisa de uma dedicação que a maioria das pessoas não tem como dispor. É uma coisa que está cada vez crescendo... por exemplo, Homero, que é o poeta maior da Grécia - não tem jeito - já recebeu umas três ou quatro traduções nessas últimas décadas para o português brasileiro, então a gente está bem ativo e isso é muito bacana. Eu acho que, quanto mais traduções, melhor.
Leonardo: Bom, falando do foco das suas pesquisas, o que te chamou atenção para pesquisar isso? Porque você começou com Helena, e foi em diversos poetas que trataram dela, mas você já falou que está agora pesquisando Páris. Então está tudo ali próximo. Por que da sua vontade de pesquisar sobre os dois?
Paloma: Bom, eu comecei a me interessar pela literatura grega no meu primeiro ano de faculdade. A gente tem, na USP, um ano chamado ciclo básico, em que a gente vai fazer matérias que são a base dos estudos de Letras, e, dentre essas matérias, existe a Introdução aos Estudos Clássicos, em que a gente vai ler um dos cantos da Ilíada, um canto da Odisseia, mesmo para a gente ter aquela noção básica que todo mundo tem que ter. Então, quando eu tive essa disciplina, eu fiquei apaixonada. A personagem que me chamou mais atenção foi Helena, principalmente, porque, para aqueles que já leram Ilíada, sabem que a Helena é uma personagem muito ambígua e muito complexa, então você se envolve muito com a personagem, porque você não sabe se ela é culpada, se ela não é, se ela é traiçoeira ou não, então você se envolve, e eu percebi, à medida que eu ia lendo mais, eu via como os poetas aproveitavam essa ambiguidade de Helena de acordo com as suas intenções. Então para alguns poetas ela era mais culpada; para outros, ela era mais inocente. Então isso ficava na minha mente: "Meu deus, eu quero pesquisar, eu quero entender essa complexidade". E aí, bom, eu não sou a única: em dois mil anos, quase três mil anos muitas pessoas já pesquisaram sobre Helena, e aí a minha professora, a Ragusa, falou: "Olha, eu acho que seria interessante a gente não olhar só Helena, mas também o casal". Então fazer um trabalho sobre o casal Helena e Páris, e aí foi assim que eu acabei incrementando Páris, primeiramente meio a contragosto, porque eu não gostava dele como personagem, mas depois eu comecei a gostar. Eu falei: "Nossa, na verdade, ele também é tão complexo quanto Helena". Ele só não aparece tanto na Ilíada, mas ele também é um personagem a trabalhar, porque, da mesma forma que nós não podemos definir uma responsabilidade total a Helena, também não podemos a Páris. São personagens muito interessantes, e por isso que isso me tocou muito. E eu acho que eles são personagens muito férteis para se trabalhar uma coisa que é muito importante nos nossos dias, que é a discussão do gênero e como eles são imagens que são modelos quase. Então, por exemplo, Páris às vezes é dado como o mais feminino dos homens. Por quê? Então isso me intrigava, porque o que é ser feminino? O que é ser masculino na Grécia Antiga? E até mesmo Helena era como uma mancha para as mulheres. Então, nossa, interessante isso no contexto de gênero, para as pessoas que se interessam por esse assunto. Então isso tudo me despertou a curiosidade e eu estou aqui estudando e quero estudar por mais tempo.
Leonardo: Bom, ouvinte, vamos então nos aprofundar mais nos personagens. Eles já são bem até conhecidos aí para quem gosta de mitologia, principalmente mitologia grega. Mas, ouvinte, caso você não saiba muito bem, a Helena é filha de Zeus e de Leda, então, ou seja, é uma semideusa, tem a questão do sangue mortal e do sangue divino. Ela acaba sendo também irmã de outros personagens já conhecidos, que são o Castor e Pólux e de Clitemnestra. Os irmãos dela, a família dela também são personagens conhecidos na mitologia grega. Mas, como é bem comum na mitologia, tem variações dessa genealogia. Na verdade, a gente até vai mostrar variações de como a Helena é vista, e a Helena tem variações disso aí em várias áreas, porque ela também é vista como uma deusa em alguns locais, algumas épocas. Ela tem essa variedade. A Helena é mais conhecida mesmo pela questão do rapto dela, que gera toda a questão da Guerra de Tróia.
Paloma: Gostei de você ter ressaltado que, de fato, há muitas variações, como é muito comum na mitologia; uma comunidade em que não há nada escrito, porque até a poesia, antes, na verdade, era só recitada, era só performada, então não havia nada escrito, então variações acontecem e elas não são contraditórias nesse mundo, elas podem coexistir tranquilamente. E, bem,
Conversamos sobre a complexidade desses personagens, suas origens e toda a importância que eles possuem na Guerra de Tróia, um dos principais eventos da mitologia Grega.
Veja como outros autores antigos, além de Homero, representaram Helena e Páris.
-- EQUIPE --
Pauta, edição: Leonardo
Locução da abertura: Ira Croft
Host: Leonardo
Participante: Paloma Betini
-- APOIE o Mitografias --
-- LINKS --
Contatos da convidada:
Academia.edu
Construções e contradições de um herói homérico: imagens de Páris/Alexandre na Ilíada
Grupo Panastér
-- Agradecimentos aos Apoiadores --
Alan Franco
Alexandre Iombriller Chagas
Aline Aparecida Matias
Ana Lúcia Merege Correia
Anderson Zaniratti
André Victor Dias dos Santos
Antunes Thiago
Bruno Gouvea Santos
Clecius Alexandre Duran
Domenica Mendes
Eder Cardoso Santana
Eduardo Oliveira
Everson
Everton Gouveia
Jeankamke
Jonathan Souza de Oliveira
Leila Pereira Minetto
Lindonil Rodrigues dos Reis
Marcia Regina M. Garcia
Mateus Seenem Tavares
Mayra
Patricia Ussyk
Paulo Peiker
Rafael Resca
Rafa Mello
Rosenilda A. Azevedo
Surya Namaskar
Talita Kelly Martinez
Willian Rochadel
-- Transcrição realizada por Amanda Barreiro (@manda_barreiro) --
[00:00:00]
[Vinheta de abertura]: Você está ouvindo Papo Lendário, podcast de mitologias do projeto Mitografias. Quer conhecer sobre mitos, lendas, folclore e muito mais? Acesse: mitografias.com.br.
[Trilha sonora]
Leonardo: Muito bem, ouvinte. No episódio de hoje, vamos falar de um dos casais mais famosos da mitologia grega, senão o mais famoso, já que foram os responsáveis pela Guerra de Tróia, um dos principais eventos dessa mitologia. Quem conhece já sabe que eu estou falando de Helena e Páris, e focaremos em alguns dos diversos aspectos deles, já que a convidada de hoje tem pesquisas e trabalhos sobre eles. Então, Paloma, muito obrigado por ter aceito o convite e fique à vontade para se apresentar para o ouvinte.
Paloma: Muito obrigada, você, Leonardo, pelo convite. Eu estou muito honrada, muito feliz de poder falar sobre algo que eu estudo e que eu adoro. Eu sou completamente apaixonada por mitologia, por poesia grega - esses dois personagens principalmente me atiçam a curiosidade, me fazem pesquisar. Então é muito legal poder aqui compartilhar com vocês um assunto que me anima tanto.
Leonardo: Que legal. E as suas pesquisas, como estão? O que você já produziu? Como está o andamento disso sobre esse tema?
Paloma: Bom, eu estou estudante de graduação, já estou no final - se tudo der certo, eu me formo esse semestre em Letras, na Universidade de São Paulo. Oficialmente, eu só faço Português, porém já faz uns quatro anos que eu pego muitas optativas em língua grega e fiz pesquisa na área de literatura grega, então eu digo que, por puxadinho, eu também sou do grego. Mas então eu fiz uma iniciação científica, que é tipo uma pesquisa, é o início, de você começar a fazer uma pesquisa acadêmica em alguma área, e eu fiz sobre Helena e Páris na poesia mélica, grega arcaica, sob orientação da professora Giuliana Ragusa. E foi uma pesquisa que eu estudei 14 fragmentos de poemas de cinco poetas diferentes de um gênero chamado mélica, e agora, quando eu terminar a minha graduação, eu estou pretendendo partir para o mestrado, em que eu vou pesquisar principalmente o Páris, que é um personagem um pouco polêmico.
Leonardo: É interessante falar das polêmicas, então.
Paloma: Sim, pois é, a gente vai falar. E eu também tive a oportunidade de participar de alguns congressos já falando sobre a minha pesquisa e também tive uns artigos publicados, então, quem se interessar...
Leonardo: Interessante você ter citado a questão de ser de Letras, porque, ouvinte, como você já deve ter visto em alguns outros episódios que a gente lançou recentemente, a gente está apresentando pessoas dessa área para mostrar que realmente mitologia abrange várias áreas. Algumas pessoas estão acostumadas a ver mitologia vindo com um quê mais histórico, de quem estuda a parte de História antiga, mas a parte de Letras acaba pegando também. Então, ouvinte, você vê como que mitologia pode ser abrangente.
Paloma: Sim, isso especialmente falando de mitologia grega, porque era uma cultura letrada, então grande parte dos mitos vem pela poesia, vem pelo teatro, pela épica, pela mélica, como eu citei, enfim. Então a poesia é a maior transmissora dos mitos que a gente conhece da Grécia. Então o papel do pessoal das Letras é muito importante. Mas é claro, até disse anteriormente, é importante que nós da área, que estudamos a Antiguidade nos juntemos, não fiquemos cada um preso na sua caixinha, porque, afinal, História e poesia, nessa época, são inseparáveis praticamente. Então para a gente não faz muito sentido ficar cada um estudando só nas caixinhas, a gente tem que conversar, a gente tem que dialogar. Isso é muito importante.
Leonardo: E uma coisa que eu também agradeço ao pessoal de Letras que muitas vezes algumas obras a gente não tem traduzidas em livros publicados, e às vezes você encontra trabalho acadêmico com essa tradução. Isso é ótimo.
Paloma: Isso é um trabalho muito importante, inclusive para o pessoal de outras áreas terem acesso, já que é muito difícil pessoas aprenderem grego. É uma língua muito difícil, que precisa de uma dedicação que a maioria das pessoas não tem como dispor. É uma coisa que está cada vez crescendo... por exemplo, Homero, que é o poeta maior da Grécia - não tem jeito - já recebeu umas três ou quatro traduções nessas últimas décadas para o português brasileiro, então a gente está bem ativo e isso é muito bacana. Eu acho que, quanto mais traduções, melhor.
Leonardo: Bom, falando do foco das suas pesquisas, o que te chamou atenção para pesquisar isso? Porque você começou com Helena, e foi em diversos poetas que trataram dela, mas você já falou que está agora pesquisando Páris. Então está tudo ali próximo. Por que da sua vontade de pesquisar sobre os dois?
Paloma: Bom, eu comecei a me interessar pela literatura grega no meu primeiro ano de faculdade. A gente tem, na USP, um ano chamado ciclo básico, em que a gente vai fazer matérias que são a base dos estudos de Letras, e, dentre essas matérias, existe a Introdução aos Estudos Clássicos, em que a gente vai ler um dos cantos da Ilíada, um canto da Odisseia, mesmo para a gente ter aquela noção básica que todo mundo tem que ter. Então, quando eu tive essa disciplina, eu fiquei apaixonada. A personagem que me chamou mais atenção foi Helena, principalmente, porque, para aqueles que já leram Ilíada, sabem que a Helena é uma personagem muito ambígua e muito complexa, então você se envolve muito com a personagem, porque você não sabe se ela é culpada, se ela não é, se ela é traiçoeira ou não, então você se envolve, e eu percebi, à medida que eu ia lendo mais, eu via como os poetas aproveitavam essa ambiguidade de Helena de acordo com as suas intenções. Então para alguns poetas ela era mais culpada; para outros, ela era mais inocente. Então isso ficava na minha mente: "Meu deus, eu quero pesquisar, eu quero entender essa complexidade". E aí, bom, eu não sou a única: em dois mil anos, quase três mil anos muitas pessoas já pesquisaram sobre Helena, e aí a minha professora, a Ragusa, falou: "Olha, eu acho que seria interessante a gente não olhar só Helena, mas também o casal". Então fazer um trabalho sobre o casal Helena e Páris, e aí foi assim que eu acabei incrementando Páris, primeiramente meio a contragosto, porque eu não gostava dele como personagem, mas depois eu comecei a gostar. Eu falei: "Nossa, na verdade, ele também é tão complexo quanto Helena". Ele só não aparece tanto na Ilíada, mas ele também é um personagem a trabalhar, porque, da mesma forma que nós não podemos definir uma responsabilidade total a Helena, também não podemos a Páris. São personagens muito interessantes, e por isso que isso me tocou muito. E eu acho que eles são personagens muito férteis para se trabalhar uma coisa que é muito importante nos nossos dias, que é a discussão do gênero e como eles são imagens que são modelos quase. Então, por exemplo, Páris às vezes é dado como o mais feminino dos homens. Por quê? Então isso me intrigava, porque o que é ser feminino? O que é ser masculino na Grécia Antiga? E até mesmo Helena era como uma mancha para as mulheres. Então, nossa, interessante isso no contexto de gênero, para as pessoas que se interessam por esse assunto. Então isso tudo me despertou a curiosidade e eu estou aqui estudando e quero estudar por mais tempo.
Leonardo: Bom, ouvinte, vamos então nos aprofundar mais nos personagens. Eles já são bem até conhecidos aí para quem gosta de mitologia, principalmente mitologia grega. Mas, ouvinte, caso você não saiba muito bem, a Helena é filha de Zeus e de Leda, então, ou seja, é uma semideusa, tem a questão do sangue mortal e do sangue divino. Ela acaba sendo também irmã de outros personagens já conhecidos, que são o Castor e Pólux e de Clitemnestra. Os irmãos dela, a família dela também são personagens conhecidos na mitologia grega. Mas, como é bem comum na mitologia, tem variações dessa genealogia. Na verdade, a gente até vai mostrar variações de como a Helena é vista, e a Helena tem variações disso aí em várias áreas, porque ela também é vista como uma deusa em alguns locais, algumas épocas. Ela tem essa variedade. A Helena é mais conhecida mesmo pela questão do rapto dela, que gera toda a questão da Guerra de Tróia.
Paloma: Gostei de você ter ressaltado que, de fato, há muitas variações, como é muito comum na mitologia; uma comunidade em que não há nada escrito, porque até a poesia, antes, na verdade, era só recitada, era só performada, então não havia nada escrito, então variações acontecem e elas não são contraditórias nesse mundo, elas podem coexistir tranquilamente. E, bem,
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