Papo Lendário #208 – Odin

14/04/2020 1h 2min Episodio 208
Papo Lendário #208 – Odin

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Sinopse do Episódio

Nesse episódio do Papo Lendário, Leonardo Mitocôndria e Ju Ponzi conversam com Marcos Keller sobre o deus nórdico Odin.

Conheça os diversos nomes desse deus, e seu significado.

Veja os inúmeros os inúmeros símbolos que acompanham as imagens desse deus.

Ouça sobre as diversas formas de Odin.

- Esse episódio possui transcrição, veja mais abaixo.

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Magickando

Mundo Freak

-- EQUIPE --

Pauta, edição: Leonardo Mitôcondria
Locução da abertura: Ira Croft
Host: Leonardo Mitôcondria
Participante: Ju Ponzi
Convidado: Marcos Keller

-- APOIE o Mitografias --





-- Agradecimentos aos Apoiadores --

Adriano Gomes Carreira
Alan Franco
Alexandre Iombriller Chagas
Aline Aparecida Matias
Ana Lúcia Merege Correia
Antunes Thiago
Bruno Gouvea Santos
Clecius Alexandre Duran
Déborah Santos
Domenica Mendes
Eder Cardoso Santana
Edmilson Zeferino da Silva
Everson
Gabriele Tschá
Jonathan Souza de Oliveira
José Eduardo de Oliveira Silva
Leila Pereira Minetto
Leonardo Rocha da Silva
Leticia Passos Affini
Lindonil Rodrigues dos Reis
Mateus Seenem Tavares
Mayra
Nilda Alcarinquë
Rafa Mello
Talita Kelly Martinez



-- Transcrição realizada por Amanda Barreiro (@manda_barreiro) --

[00:00:00]
[Vinheta de abertura]: Você está ouvindo Papo Lendário, o podcast de mitologias do projeto Mitografias. Quer conhecer sobre mitos, lendas, folclore e muito mais? Acesse: mitografias.com.br.
[Trilha sonora]
Leonardo: Muito bem, ouvintes. No episódio de hoje, falaremos sobre o pai de todos. Quem conhece mesmo mitologia sabe que eu não estou falando do deus hebraico, e sim de outro deus barbudo. Hoje falaremos de Odin. E, para isso, eu estou aqui com a Ju Ponzi. Então pode aí falar com os ouvintes.
Ju Ponzi: Olá, queridos e queridas. Vocês estão bem? Vamos falar do seu Odin? Do mosca-olho? Tão querido por uns, tão odiado por outros.
Leonardo: E também estamos com um convidado aí, o Marcos Keller.
Marcos Keller: Esse jovem, e velho, e médio, e que deu rolê por todo lugar, e que batalhou, e que, dependendo de quem conta a história, tem mais característica do que muita gente viva.
Leonardo: E esse aí que todos nós adoramos. E aliás, vocês dois, antes que eu me esqueça, que eu deixe para o final e acabe esquecendo, façam já as divulgações de vocês, como os ouvintes podem encontrá-los.
Ju Ponzi: Então, meus amores, eu e Keller estamos juntos, unidos em um só coração no Magickando, que é o, digamos assim, puxadinho do Mundo Freak. Será que o Andrei vai ficar bravo se eu falar isso? Mas é o puxadinho do Mundo Freak. Lá estamos falando a cada quinzena sobre magia, capirotagens, falamos inclusive... não é, Keller? Falamos pouco sobre aspectos mitológicos de deuses lá. Acho que é uma coisa que temos que abordar. Mas, se você se interessa por esses assuntos, se você gostaria de saber, a gente fala muito sobre livros, a gente analisa. Inclusive, também fizemos um episódio, se você não ouviu ainda, maravilhoso sobre as previsões de 2020. Você encontra a gente lá no Magickando.
Marcos Keller: E outro lugar onde você vai encontrar tanto eu quanto a Ju Ponzi e mais uma galera, às vezes até o Leo, é lá no Mundo Freak Confidencial. É o podcast guarda-chuva, carro-chefe da casa de onde o Magickando também pertence, e nós falamos sobre várias coisas insólitas. Lá nós temos papo de UFO, falamos de mitologia, falamos sobre religiões, falamos sobre relatos, falamos de tudo, e agora tem rolado até uns áudio dramas, umas historinhas de ficção. Está mó legal, cola lá.
Leonardo: Muito bem, deixar todos os links aí, a indicação dos podcasts. E, como, muitos meses passados aí, todo mundo nas internets ficava falando para darem um trocado para o Bruxo, fica aqui a recomendação para vocês darem um trocado aí para a nossa bruxa favorita aí. Contratem a Ju para fazer os jogos de runas aí, as leituras de runas.
Marcos Keller: Sim.
Ju Ponzi: Exatamente. Os monstros... porque todo mundo fala assim: "Ah, mas eu não vou te dar um trocado, porque você não mata monstros", mas eu mato sim, eu mato o monstro da sua dúvida, eu mato o monstro que se chama autossabotagem dentro de você. Vem fazer leituras de runas comigo que eu mato vários monstros, sim.
Marcos Keller: Esse aí dá trabalho, hein?
Ju Ponzi: Esse dá.
Leonardo: Bom, então vamos falar de um dos nossos deuses favoritos aqui. Acho que nós três estamos aqui por nada, a questão é que a gente realmente adora muito o Odin, um dos meus deuses favoritos. Então vamos começar aí a falar dele. Bom, acho que muito ouvinte aí já conhece por a gente citar várias vezes aí, porque o Odin é foda mesmo, ele é o deus supremo dos povos nórdicos. Lá da casa dele, ele consegue ver todos os nove reinos, ele manda em tudo.
Ju Ponzi: Ele mora na cobertura.
Leonardo: E o Odin é famosão por esse nome, ser chamado de Odin, mas, como todo bom deus, ele tem vários epítetos, tem variações no nome dele. Um outro bem comum que vocês encontram é o Wotan, mas mesmo assim, entre Wotan e Odin, tem várias versões, tais como Othinno, Wodanaz, Wodan, Woden, (Wovin) [00:05:01], Wodan, Wotan, Wodan, Wut e Wuds. Isso tudo imaginem em um sotaque mais germânico.
Ju Ponzi: E, olha, já vou invocar a linguista, já vou tirar a cartinha da linguista, jogar aqui na mesa: todos esses nomes que o Leo citou para vocês, ele falou nome no saxão antigo, no anglo-saxão, no gótico, no francônico, ele falou um monte de nomes aí para vocês de várias línguas. O que todos eles têm em comum? Todos eles têm a raiz do que nessas línguas seria a palavra cólera, raiva extrema. Por exemplo, wut, até hoje, em alemão, é quando você está pê da vida, quando você está colérico. Então ele fala muito desse lance, porque é um deus que está lá na febre do rato, então todas essas línguas têm a mesma raiz, que seria essa ideia de: é uma pessoa que não é sentada, como a gente vê muitas vezes retratado nas gravuras, apenas sentada em seu trono. Não, é aquela pessoa que está sempre [grito], então talvez seja por isso que se ligue a imagem dos vikings sempre como pessoas raivosas, fazendo coisas, derrubando coisas - vem desse nome.
Marcos Keller: Você está falando de um cara que a vida dele foi sempre treta. Você não acha uma historinha, tipo, de boa assim: "Levantei, fui comprar pão e voltei". Sei lá, "Vi a vaquinha, ordenhei e voltei para casa", não, é sempre baseado em muito sacrifício, muita treta e o paraíso é continuar tretando.
Ju Ponzi: O paraíso é a treta infinita, onde todo mundo morre e renasce só para tretar.
Marcos Keller: Tretar e comemorar. E a gente sempre brinca, quando a gente fala alguma coisa assim no Magickando, a gente sempre dá umas brincadeiras e fala: "Nossa, essa situação de treta e tal", mas é porque a vida do nórdico médio era baseada em quê? Era baseada em uma treta contínua com a natureza, contra outros povos e pela sobrevivência, então nada mais justo que a divindade que reflita o total desse povo seja uma divindade treteira e sempre, como a Ju falou, gritando.
Leonardo: Porque a gente vai pensar dessa forma: ah, furioso, violento e tudo, imagina algo meio ogro, meio bárbaro, mas o Odin, eu acho que ele não se liga tanto a esse... tipo o Thor. O Thor é mais assim, de só descer a porrada e acabou. Não, o Odin, por ele também ser o deus da sabedoria, ele é muito essa coisa de tentar resolver o problema, inúmeros problemas. Vai ter aquela violência, mas não é só descendo a porrada. Pode até ter que usar a violência, mas ele tem que usar de forma estratégica, porque ele é o deus da sabedoria.
Ju Ponzi: Eu vou fazer um paralelo muito pobre, porém será, talvez, claro para o ouvinte, para o ouvinte entender: o Thor é aquele cara que sai da casa atrás de uma briga de graça, sabe? Aquela pessoa que toma uma dose antes de sair de casa e fala assim: "Hoje eu quero sair para brigar, eu vou sair para tretar". Eu tenho certeza que você já encontrou vários desses, principalmente no bar à noite, na balada. Você já encontrou uma pessoa assim em algum momento. Odin, a sua briga, a sua treta, é muito bem, número um, escolhida e, número dois, muito bem pensada. Inclusive, que eu não vou queimar pauta aqui, mas em muitas idades, digamos assim, do mundo, meio que Tyr e Odin viraram uma coisa só. Odin comeu esse aspecto, ele engloba Tyr, porque Tyr é o cara que é o general, é o estratégico, é aquele cara que vai, ele tem uma treta, mas ele tem todo um jeito de pensar e de resolver as coisas de um jeito muito engenhoso. O Thor é o cara briguento, ele quer tretar. A ideia é essa.
Leonardo: Aí você vê como que os deuses, e aí isso muito principalmente o Odin foi mudando com o tempo, foi evoluindo até chegar a esse patamar do deus supremo onde ele é o pai de todos, o pai dos mortos, o pai dos deuses, o pai das batalhas, o pai dos exércitos, o pai das escolhas. Esses são todos os epítetos dele. Ele é o pai. E, com isso, com essa evolução, com todo esse detalhamento e essa complexidade do que o Odin tem, ele tem inúmeros domínios, e, bom, ele sendo algo assim violento, ele é um deus da guerra, como muitos deuses nórdicos, tem vários deuses da guerra, o Odin é um deles, mas, como tinha dito, ele também é o deus da sabedoria, e aí também engloba deus da caça, da vitória, da morte. Essa questão de ser deus da morte é importante.
Marcos Keller: Tem uma coisa que eu gosto muito na figura do Odin, é uma coisa que eu estou sempre falando, sempre batendo. Eu e a Ju tivemos umas conversas muito legais sobre isso, que o que torna Odin uma coisa tão complexa, até difícil de ser retratada em qualquer tipo de mídia atual é o fato de que ele é um deus extremamente multifacetado. A gente está muito acostumado, hoje em dia, a achar que deuses são aplicativos, então, tipo, eu vou lá e falo: "Ah, não, esse aqui é o deus do amor - é o Tinder; esse aqui é o deus da comunicação - é o Whatsapp; esse aqui é tal coisa", como se eles só fizessem aquilo, e Odin é uma loucura,