Ouvir "Dor aguda pós-operatória"
Sinopse do Episódio
Bom dia, boa tarde, boa noite! Esse é mais uma pílula, dica rápida do Medicina do Conhecimento. Ciência e informação a qualquer momento, em todo lugar. Eu sou Pablo Gusman, o Anestesiador. E como compartilhar é multiplicar falamos o gerenciamento da dor pós-operatória.
Por mais que o controle da dor aguda pós-operatória esteja na agenda de discussões há décadas, ela vem sendo mal administrada a despeito de todos os esforços. Estudos evidenciam que dor pós-operatória persistente é comum na maioria dos procedimentos cirúrgicos. Após toracotomias e mastectomias, cerca de 50% dos pacientes podem experimentá-la de forma moderada a intensa. Dor pós-operatória persistente é comum, causa incapacidades, diminui a qualidade de vida e tem implicações econômicas e sociais; é uma das principais causas de dor crônica e portanto um importante problema de saúde pública. Opióides permanecem a base do tratamento, apesar de fortes evidências de suas desvantagens. As técnicas de analgesia multimodal são amplamente difundidas, mas novas evidências mostram que ainda não entraram efetivamente na prática. Em parte pela dificuldade de conclusões efetivas e relevantes. Os estudos incluem uma variedade de analgésicos ou modalidades analgésicas e diferentes doses de medicamentos e suas combinações. Na pratica, o uso de um grande número de medicamentos não opióides como analgésicos fracos como dipirona, paracetamol, anti-inflamatórios não hormonais seletivos para inibição de Cox2, anestésicos locais, gabapentinóides, cetamina, glicocorticóides, alfa 2 -agonistas e magnésio tem o principal objetivo de reduzir ou eliminar o uso de opióides fortes que são reconhecidos como tendo desvantagens e efeitos colaterais inaceitáveis.
As técnicas anestésicas regionais são consideradas métodos muito eficazes para tratar a dor pós-operatória. Evidências recentes sugerem que a analgesia epidural não deve mais ser considerada o ‘padrão ouro’. Técnicas perineurais são excelentes alternativas para grandes cirurgias ortopédicas e devem ser cada vez mais utilizadas. As técnicas infiltrativas com ou sem cateteres são úteis para quase todos os tipos de cirurgia. Além disso, com a participação da equipe cirúrgica, técnicas de relativa facilidade de uso com anestésicos locais, como infiltração de feridas, administração pré ou intraperitoneal e bloqueio de planos abdominais desempenham um papel significativo na melhoria dos cuidados pós-operatórios.
O gerenciamento atual da dor pós-operatória com suas diretrizes não deve ter um "formato e tamanho único". É bem sabido que características da dor, como tipo, localização, intensidade e a duração variam consideravelmente após diferentes procedimentos cirúrgicos. Esse gerenciamento da dor pós-operatória deve ser específica para cada procedimento com recomendações baseadas em evidências e também, levando em consideração o papel das técnicas anestésicas e cirúrgicas, rotinas clínicas e aspectos de risco-benefício. Ou seja, cada instituição deve se adequar de acordo com epidemiologia própria de seus casos mais frequentes, cirurgias mais ou menos invasivas e características clínicas de seus pacientes. O papel da criação de serviços de dor aguda para melhorar o tratamento e o resultado da dor é bem aceito, mas essa implementação ainda é desafiadora. Há necessidade de melhorar o papel dos enfermeiros nas alas cirúrgicas e a colaboração do cirurgiões para implementar protocolos de recuperação e otimização de resultados pós-operatórios. Mesmo que o ator principal desse processo sejamos nós, os médicos anestesiologistas, o tratamento da dor aguda pós-operatória só terá sucesso com a participação multiprofissional.
Áudio: Don't Ya Bite Now, Dan Lebowitz
Por mais que o controle da dor aguda pós-operatória esteja na agenda de discussões há décadas, ela vem sendo mal administrada a despeito de todos os esforços. Estudos evidenciam que dor pós-operatória persistente é comum na maioria dos procedimentos cirúrgicos. Após toracotomias e mastectomias, cerca de 50% dos pacientes podem experimentá-la de forma moderada a intensa. Dor pós-operatória persistente é comum, causa incapacidades, diminui a qualidade de vida e tem implicações econômicas e sociais; é uma das principais causas de dor crônica e portanto um importante problema de saúde pública. Opióides permanecem a base do tratamento, apesar de fortes evidências de suas desvantagens. As técnicas de analgesia multimodal são amplamente difundidas, mas novas evidências mostram que ainda não entraram efetivamente na prática. Em parte pela dificuldade de conclusões efetivas e relevantes. Os estudos incluem uma variedade de analgésicos ou modalidades analgésicas e diferentes doses de medicamentos e suas combinações. Na pratica, o uso de um grande número de medicamentos não opióides como analgésicos fracos como dipirona, paracetamol, anti-inflamatórios não hormonais seletivos para inibição de Cox2, anestésicos locais, gabapentinóides, cetamina, glicocorticóides, alfa 2 -agonistas e magnésio tem o principal objetivo de reduzir ou eliminar o uso de opióides fortes que são reconhecidos como tendo desvantagens e efeitos colaterais inaceitáveis.
As técnicas anestésicas regionais são consideradas métodos muito eficazes para tratar a dor pós-operatória. Evidências recentes sugerem que a analgesia epidural não deve mais ser considerada o ‘padrão ouro’. Técnicas perineurais são excelentes alternativas para grandes cirurgias ortopédicas e devem ser cada vez mais utilizadas. As técnicas infiltrativas com ou sem cateteres são úteis para quase todos os tipos de cirurgia. Além disso, com a participação da equipe cirúrgica, técnicas de relativa facilidade de uso com anestésicos locais, como infiltração de feridas, administração pré ou intraperitoneal e bloqueio de planos abdominais desempenham um papel significativo na melhoria dos cuidados pós-operatórios.
O gerenciamento atual da dor pós-operatória com suas diretrizes não deve ter um "formato e tamanho único". É bem sabido que características da dor, como tipo, localização, intensidade e a duração variam consideravelmente após diferentes procedimentos cirúrgicos. Esse gerenciamento da dor pós-operatória deve ser específica para cada procedimento com recomendações baseadas em evidências e também, levando em consideração o papel das técnicas anestésicas e cirúrgicas, rotinas clínicas e aspectos de risco-benefício. Ou seja, cada instituição deve se adequar de acordo com epidemiologia própria de seus casos mais frequentes, cirurgias mais ou menos invasivas e características clínicas de seus pacientes. O papel da criação de serviços de dor aguda para melhorar o tratamento e o resultado da dor é bem aceito, mas essa implementação ainda é desafiadora. Há necessidade de melhorar o papel dos enfermeiros nas alas cirúrgicas e a colaboração do cirurgiões para implementar protocolos de recuperação e otimização de resultados pós-operatórios. Mesmo que o ator principal desse processo sejamos nós, os médicos anestesiologistas, o tratamento da dor aguda pós-operatória só terá sucesso com a participação multiprofissional.
Áudio: Don't Ya Bite Now, Dan Lebowitz
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