Cetamina na sedação para ventilação mecânica

20/04/2020 5 min
Cetamina na sedação para ventilação mecânica

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Sinopse do Episódio

Salve! Bom dia, Boa Tarde, Boa noite mundo do conhecimento! Esse é mais um podcast do Medicina do Conhecimento. Ciência e informação a qualquer momento, em todo lugar. Eu sou Pablo Gusman, o Anestesiador. E como compartilhar é multiplicar segue uma dica importante sobre sedação em pacientes mantidos em ventilação mecânica.

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Pacientes em ventilação mecânica estão comumente associados a comorbidades importantes podendo apresentar alta mortalidade, morbidade do sobrevivente e são responsáveis por custos significativos na assistência médica.
O fornecimento de analgesia e sedação é uma intervenção quase onipresente, e uma adequada abordagem da dessas duas ações influencia desfecho dos pacientes sob ventilação mecânica. Dado o impacto da sedação nos resultados pós alta, a otimização das estratégias é uma prioridade clínica nos cuidados intensivos.

Em época de treinamento de intubação por sequência rápida, eis que surge com maior frequência o uso da cetamina na prática clinica. Antes mais restrita aos anestesiologistas, a cetamina pode alcançar diversos efeitos, servindo como agente anestésico, sedativo e dissociativo via antagonismo de receptores de N-metil-D-aspartato, juntamente com agonismo dos receptores opióide μ e κ. Também demonstrou ter propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras, juntamente com efeitos broncodilatadores e um perfil hemodinâmico favorável, proporcionando potencial benefício aos pacientes críticos com insuficiência respiratória. Pode diminuir a quantidade de opióides e benzodiazepínicos administrados e a incidência e gravidade de seus efeitos colaterais. Devendo receber a ressalva de seus efeitos adversos, como aumento da incidência de complicações neuropsiquiátricas, incluindo alucinações e pesadelos.

Em trabalhos recentes, infusão contínua de baixas doses de ketamina 0,07 a 2 mg/kg/hr foi capaz de reduzir o consumo de fentanil e propofol em pacientes sob ventilação mecânica, mantendo níveis adequados de conforto e sedação para esses pacientes, principalmente nos pacientes que necessitaram múltiplos fármacos para se adaptar à prótese ventilatória. Havendo apenas maior, mas pequena permanência intra-hospitalar fora da UTI para o grupo respondedor à cetamina em infusão continua.

Mesmo em populações pediátricas, a infusão continua em média de 1 +- 0,5 mg/kg/hr fez reduzir a quantidade de bolus de outros sedativos, sem manifestações adversas ou contra-indicação ao seu uso.

Fica a dica de uma revisão sobre o assunto, incluindo a cetamina não só no momento da intubação por sequência rápida em época de COVID, mas sua inclusão no rol de analgesia e sedação de pacientes mantidos em ventilação mecânica na UTI que necessitam altas doses de outros medicamentos para seu conforto em VM.