Não construa sua vitória sobre a queda de alguémLeitura: 2 Samuel 1Seleção2Sm 1.11Então Davi rasgou as suas próprias roupas, e todos os homens que estavam com ele fizeram o mesmo. 12Prantearam, choraram e jejuaram até a tarde por Saul, por Jônatas, seu filho, pelo povo do Senhor e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada. ObservaçãoO capítulo abre com uma oportunidade perfeita para autopromoção: o perseguidor morreu, o trono está “livre”, a narrativa era perfeita para Davi ser exaltado. Em vez disso, ele rasga as vestes, chora e ensina Judá a lamentar. Davi não constrói sua chegada ao poder sobre ruínas alheias. Ele honra Saul — o mesmo que o caçou — e celebra virtudes reais: coragem em batalha, serviço ao povo. A justiça de Deus não dá licença para o triunfo humano; dá lugar à reverência. Lamentar é reconhecer que a queda de alguém sempre deixa feridas na comunidade.O cântico que Davi entoa não muda a história, mas decide contá-la com honra. Davi não romantiza o pecado de Saul, porém recusa transformar a tragédia em palco para si. Há uma ética do Reino aqui: a verdade deve ser dita, mas sem espetáculo; correção sem crueldade; memória sem sarcasmo. Em tempos de algoritmos famintos por escândalo, 2Sm 1 nos chama a resistir ao prazer secreto de “ter razão” quando outro cai.A cena do amalequita reforça o alerta: oportunismo travestido de serviço é condenado (1.14–16). A igreja não é construída com tijolos de ruínas alheias; é edificada sobre a graça que restaura. Líderes segundo o coração de Deus não capitalizam erros; protegem a dignidade, choram com os que choram e seguem adiante com mãos limpas.PetiçãoSenhor, livra-me da vaidade que se alegra com a queda do outro. Dá-me um coração que fala a verdade com honra, que lamenta com o teu povo e recusa qualquer ganho que manche tua glória.AplicaçãoVou interromper comentários e compartilhamentos que zombem de quem caiu; se precisar tratar do assunto, farei com sobriedade e propósito redentor.

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