Domingo à noite em 23 de fevereiro de 2025: pessoas ou máquinas?

23/02/2025 10 min Temporada 1 Episodio 58

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Sinopse do Episódio

A gente usa a tecnologia para expandir as capacidades humanas, e isso desde sempre, se você for parar pra pensar, o corpo se mantém aquecido por conta dos mecanismos internos, mas isso não é suficiente, e aí se descobriu o fogo, e o fogo tornou-se a primeira grande evolução tecnológica da humanidade, justamente pelo fato de que você conseguiria produzir algo que teria que buscar em outro lugar, então permitiria ir a lugares mais frios, permitiria fixar a sua residência, sua morada em um lugar que estrategicamente seria melhor pra enfrentar os inimigos, os predadores e coisa e tal, e eu estou falando disso porque na verdade a gente não está substituindo o fogo pela... nós não estamos substituindo o fogo pelos lugares, mas permitindo que nós passemos a ter opções e que ampliemos as nossas capacidades, isso pra tudo, mas a gente vê um pouco das ganâncias que nós vivemos na humanidade, e a gente vê no universo do trabalho que muitas vezes a máquina é destinada a ter uma função muito mais exploratória, a máquina é feita para, não para expandir a capacidade humana, mas sim muitas vezes para substituir a presença humana, e isso faz com que nós hoje, nessa escala hipérbole que vivemos em nossas vidas, nós substituímos quase tudo que nós temos e que antigamente são feitos por pessoas, por máquinas, então isso faz com que nós nos tornamos cada vez mais dependentes da máquina e cada vez mais solitários, porque se nós não precisamos das pessoas, nós nos afastamos delas, e eu falo isso também por experiência própria, e aí por fim acaba acontecendo de que nós nos fragilizamos cada vez mais nas nossas vidas e nas nossas sensibilidades, nas nossas sentimentos, nas nossas afetividades, e faz muito sentido isso acontecer, de hoje nós parecemos mais sozinhos, mais frágeis e com mais cargas de trabalho, mais cargas emocionais, mais sobrecargas, porque em vez da gente ter a máquina como algo, como uma ferramenta para ampliar nossa capacidade, nós estamos vendo a máquina como nosso adversário, como alguém que pode tomar o nosso trabalho, alguém que pode tomar a nossa atenção, alguém que possa tomar o nosso relacionamento com outra pessoa, alguém que possa tirar de nós algo em vez de acrescentar a nós algo, e aí a gente acaba entendendo que a gente precisa mudar também a nossa relação com as máquinas, porque isso vai trazer uma mudança de relação com as pessoas, a gente precisa ser menos dependente da máquina, e sermos mais próximos às pessoas, é diferente de ser mais dependente das pessoas, mas sermos mais próximos às pessoas, porque isso é que vai fazer com que nós possamos nos ver como irmãos. Veja bem, quanto mais a gente se apega às máquinas, quanto mais se afasta das pessoas, mais a gente vai ter a percepção de ver o outro como um adversário, um inimigo, alguém que você quer eliminar, que é pior, você vê a eliminação do outro, e aí por isso que hoje os discursos de ódio floresceram tanto em todos os aspectos, seja religião, origem nacional, nacionalidade, ponto de vista, fisionomia física, a ausência ou presença de deficiência, etc, etc. Poderia enumerar várias razões, mas sempre vão arrumar uma para dizer você é alguém que eu não gosto. E a máquina tem que deixar de amplificar isso, os algoritmos tem que deixar de ter essa posição, essa sensação, essa maneira de fazer as coisas, porque isso pode ser favorável a quem é dono da máquina, mas a que preço?Bem-vindo ao episódio número 58 de Domingo à noite.Vamos começar a semana botando o tédio pra fora.Ouça o episódio nas principais plataformas de podcast, para ouvir e conferir os links nas mídias sociais acesse: https://linktr.ee/kazzttorpodcast⁠Siga André Arruda, o apresentador e faz tudo desse podcast nas mídias sociais. Acesse os perfis em: https://linktr.ee/kazzttor⁠⁠Podcast produzido por Kazzttor AMT: https://www.kazzttor.com.br