Ouvir "Edição#8: Flexibilidade do CDR3 do TCR comprovada por cristalografia. Implicações no reconhecimento antigénico pelos linfócitos T."
Sinopse do Episódio
Olá malta!
Neste oitava edição do Podcast Imunoterapia
Tumoral apresento-vos o artigo de Gakamsky
et al, publicado recentemente no jornal PNAS vol 104: 16639
de 2007.
Este artigo vem pela primeira vez corroborar com dados de
biofísica os dados apresentadas por vários
trabalhos baseados em cristalografia do complexo TCR/peptideo-MHC, e
onde é sugerida
de o domínio do CDR3 é capaz de uma certa
mobilidade e capacidade de adaptar-se ("fiting") à
superfície tri-dimensional do complexo
peptídeo-MHC.
Para relembrar: o TCR é o receptor da célula T,
que reconhece peptídeos (oligopeptideos) apresentados pela
molecula Major de Histocompatibilidade (MHC). As células T
são de dois tipos: CD4 ou CD8, sendo as células T
CD4, apresentando o co-receptor CD4 e reconhecendo peptides
apresentados pelo moleculas MHC de classe II; e as células T
CD8 apresentando o co-receptor CD8 e reconhecendo peptídeos
apresentados pelas moleculas MHC classe I.
No caso das respostas adaptativas, o reconhecimento de
peptídeos apresentados por moléculas MHC pelas
células apresentadoras de antigénios é
fundamental para a modulação das respostas
imunológicas (nomeadamente via células T CD4) e
para a criação de respostas efectoras capazes de
eliminar situações anómolas tais como
infecções virais, parasitarias ou tumorais (via
células T CD8).
A variabilidade dos TCR é enorme (10^13),
mas também enorme o número de
sequências de amino ácidos apresentados pelas
moléculas MHC. Por cristalografia sugeriu-se que o
domínio CDR3 do TCR, que reconhece sobretudo o complexo
peptideo-MHC tem flexibilidade, podendo-se adaptar em várias
conformações, podendo assim cobrir mais
sequencias peptideo-MHC doque se fosse rigido. Este artigo que
apresento, mostra por estudos de FRET (Fluorescence Resonance Energy
Transfer) que as energias envolvidas e a rapidez do processo
é compativel com os estudos cristalográficos e
abre assim uma nova maneira de interpretar o reconhecimento de
peptideos pelo TCR.
Espero pelos vossos comentários e sugestões...
Pedro
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Edição#19: Apresentação cruzada.
16/11/2008