Ouvir "Edição #12: SIV: Mutação in vivo de peptideo criptico imunogénico"
Sinopse do Episódio
Olá malta…
Já eram quase 3 da manhã quando terminei
de editar esta edição e codificava o mp3
respectivo. Quem corre por gosto não cansa!
Desta feita encontrei um artigo na sequência da
edição anterior -
continuamos no mundo do SIV e das suas respostas
imunológicas, sobre
introdução de mutações in
vivo num peptideo apresentado pelas moleculas do complexo
major de histocompatibilidade de classe 1 (MHC mamu-B*17).
Se este fenómeno não tem nada de muito
invulgar no mundo dos virus.
Mas, o que é invulgar e se torna o apelativo deste artigo
chamado ”
AIDS virus-specific CD8+ T lymphocytes against an imunodominant cryptic
epitope select for viral escape” JEM 2007 2004: 2505 por
Maness et al é o facto ser proveniente de um
quadro de leitura alternativo (ou altered reading frame) do gene env
do SIV. Mais curioso ainda é que este peptideo é
significativamente
imunogénico (capaz de induzir respostas
imunológicas mediadas por
linfócitos T CD8) e as respostas induzidas dominantes
comparadas com
outros peptideos do mesmo virus.
Vai disto, o virus para escapar a pressão
imunológica exercida pelos
linfócitos T CD8 específicos deste peptideo
criptico que são capazes de
reconhecer células infectadas com o virus em causa, realizam
a mutação
particular do peptideo de modo a alterar a sua sequência e
reduzir a
afinidade para a molécula de MHC classe I mamu-B*17.
O peptideo
mutado tem muita menos afinidade e não é
imunogénico e logo incapaz de
mobilizar os linfócitos T CD8 e estes não
consegue reconhecer células
infectadas com virus contendo a mutação em causa.
Também interessante o
facto que a mutação introduzida só
afectar o peptideo criptico, pois a
mesma mutação não altera a
sequência de amino ácidos do gene env de
onde o peptideo é proveniente (mutação
sinónima).
Estamos portanto em face de um fenómeno
estremamente curioso que dá
muito que pensar sobre as estratégias que os virus podem
introduzir de
modo a escapar ao controlo imunológico, e não
podemos deixar de
estrapolar situações semelhantes que podem
ocorrer para as células
tumorais. Estamos perante portanto a uma situação
de “ImunoEditing” ou
modificação antigénica mediada pelo
sistema imunológico.
Que tal?
Um abraço e boas leituras… ler
é aprender e abrir horizontes!
Pedro
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Edição#19: Apresentação cruzada.
16/11/2008