Edição #10: Efeitos na apresentação de antigénios via MHC classe II pelas celulas dendriticas maturas in vivo

14/01/2008 23 min
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Sinopse do Episódio


Olá, Viva.



Décima edição do podcast "Journal Club
Imunoterapia tumoral".



Apresento-vos o artigo Dendritic cell preactivation
impairs MHC class II presentation of vaccines and endogenous viral
antigens Young et al 2007 PNAS 104: 17753



Este artigo demonstra que células dendriticas no seu estado
maturo in vivo
são incapazes de induzir respostas imunológicas
específicas de um antigénio, e sobretudo que a
razão que justifica este comportamento é a
ausência de sintese das moléculas alpha e beta do
heterodimero MHC classe II após
maturação. Os autores observam que mesmo
após maturação, as células
continuam a apresentar capacidade de endocitose e capacidade de
degradar antigénios solúveis e
antigénios endogenos à célula
dendritica, tais como antigénios virais.



As células
dendriticas são células fundamentais no
desenvolvimento de respostas imunológicas in vivo sobretudo
pela sua capacidade de induzirem a activação de
linfócitos T naive.




Para induzir a maturação das células
dendriticas in vivo, os autores injectam CpG 1668 em ratinhos, o que
gera uma maturação generalizada das
células dendriticas encontradas no baço destes
ratinhos. Semelhante fenómeno pode ser encontrado em
condições de choque séptico ou em
situações de infecções
parasiticas como por exemplo a malária.



O CpG são moléculas de ADN lineares ricas em
sequências de nucleotideos citosina e guanina e que tem a
propriedade de induzir fortes respostas imunológicas. Tal
acontece porque existem nas células do sistema
imunológico receptores que se ligam a este tipo de
moléculas muito comuns em agentes infecciosos: os receptores
Toll-like.  Estes receptores Toll-like são
vários e reconhecem cada um deles um tipo
específico de moléculas, eg TLR9 reconhece CpG,
TLR4 reconhece LPS, TLR3 reconhece Poly I:C. Para mais
informações deem uma olhada no link seguinte do wikipedia.



Embora in vitro
existam vários estudos sobre os aspectos funcionais das
células dendriticas, estudos in vivo são
raros. Este estudo é por isso valioso para
reforçar o nosso conhecimento dos processos
imunológicos.



Um abraço e até breve.



Pedro




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