A tentativa de ressignificar e desinfantilizar um livro tão conhecido e comentado, sobre tudo por críticos da bíblia e dos cristãos, foi apresentada pelo Cristiano Machado no primeiro culto de março.

Texto
Famoso entre as crianças das escolas dominicais, Jonas é personagem certo em apresentações infantis pelas igrejas do mundo inteiro e com certeza por conta das características fabulosas da historia que conta o seu pequeno livro…

Alem das crianças e professores de classes infantis, outros fãs desse profeta são os incansaveis ateus que adoram repetir o quão ignorantes e crédulos são os cristãos ao longo do mundo, acreditando no ridículo de que um homem que se negou a obedecer um Deus carrasco que anunciava a destruição de uma cidade, foi engolido por um peixe, permaneceu por lá 3 dias e depois disso foi vomitado (por ordem do próprio Deus) para ai então, arrependido, anunciar as danações previstas para os que não se convertessem.
Entre a analise de ateus tão preocupados com a não-existência de Deus e com e crianças amedrontadas com o peixe-gigante, sobra-nos o espaço para analisarmos uma segunda camada adentro neste texto, e buscar o motivo pelo qual foram registradas essas palavras.
Nínive, a cidade para onde Jonas foi comissionado, era a capital da Assíria, inimiga do povo de Israel de longa data, império dominante aproximadamente entre 885 A.C. a 665 A.C, famosa, por exemplo, por decapitar os povos vencidos, fazendo pirâmides com seus crânios. Crucificavam ou empalavam os prisioneiros, arrancavam seus olhos e os esfolavam vivos e possivelmente foi esse histórico que fez com que o protagonista da historia , temendo pela sua vida, rumasse no sentido oposto, indo para Társis.
Até ai, todos conhecem a historia e sabem o que vai acontecer… No final das contas ele vai pra bariga do peixe é vomitado e vai pregar em Nínive, mesmo morrendo de medo da reação dos ninivitas. e todos vivem felizes para sempre…
Assim como numa adaptação para o cinema, poucas pessoas contam a continuação da historia, a qual tentarei expor neste texto, mostra a real intenção mitologia que o texto de Jonas trás para a nossa realidade de cristãos.


DEUS QUERIA DESTRUIR NÍNIVE?

"Vá depressa à grande cidade de Nínive e pregue contra ela, porque a sua maldade subiu até a minha presença".
Jonas 1:2
DEUS é DEUS e não precisa dos homens para nada, visto que não tem nenhuma carência ou necessidade, mas por algum motivo que não sabemos qual é, DEUS chama um homem que estava cuidando de suas atividades diárias e chamado a declarar a um povo inimigo seu algo que em alguns anos o apostolo Paulo diria aos habitantes de Roma:
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.
Romanos 6:23
Para alguns, esse texto do apostolo Paulo soa como uma ameaça de Deus, como se Deus planejasse matar todos aqueles que não o obedecem. E é até reconfortante para nós, que somos salvos e temos a ética e a espiritualidade cristã tão bem desenvolvida em nossas vidas, saber que aqueles que não NOS imitarem, não tentarem ser como somos, fatalmente irão perecer nas mãos de Deus.
Contudo, nosso sadismo-evangélico não dura muito tempo, se reconsiderarmos o fato de que não estamos servindo a um Deus que se diverte com o sofrimento, mas a um Deus que entrega-se à morte por aqueles que nem ao menos o aceitaram como tal, um Deus que morre para oportunizarmos a vida.
Assim, quando ouvimos que o salario do pecado é a morte, temos que entender que não trata-se de uma ameaça sádica de Deus, mas de um anuncio apaixonado de um Deus que não nos quer ver mortos… e Jonas é chamado para isso, para anunciar aos ninivitas:
“Não pretendo matar ninguém, não quero a morte de ninguém, contudo, o caminho inevitável pelo qual vocês estão seguindo, é um caminho de morte, um caminho que fatalmente irá matar um por um”
Não pretendo me aprofundar no debate teológico e explicar as motivações que levaram Deus a mandar matar pessoas no...

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