O que o coração já não sentia,a mente sustentava.

25/05/2020 9 min Temporada 1 Episodio 1

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Sinopse do Episódio


Eu sempre te amei, e sempre fiz questão de deixar bem claro,para que confiasses em mim, para que os laços se fortalecessem, para expressar.

Expressar aquilo que me fazia vibrar, que despertava os meus sentidos e ao mesmo tempo fazia-me viajar.

Viajar para lugares improváveis, abraçar as memórias do que vivi contigo e lembrar.


Lembrar dos nossos momentos mais lindos , fazia-me muito bem, por instantes esquecia a fallta que fazias, então lembrar era como terapia, lembrar acalmava a angústia da saudade.

Mas, a verdade é que as lembranças têm o seu lugar, e a vida precisa ser real e vivida. A verdade é que, eu lembrava demais, eu fantasiava demais, pintava demais o espaço das tuas ausências, com as memórias das vezes que te fizeste presente, o espaço do amor que não recebia, com aquele que tinha de sobra para oferecer, o espaço das tuas fracas e vazias palavras, com a minha imensidão e intesidade de declarações.

A verdade é que aquilo que eu não recebia, aquilo que nunca recebi de ti, eu criava, criava para me sentir melhor, para preservar o sentimento,talvez, para te sentir mais perto.

A verdade é que, sempre que pudesse estar ou falar contigo, fazia de tudo para guardar algo que me conseguisse electrizar, fazer daquela faísca a melhor de todas, e numa outra altura lembrar porquê regressei.


E deixa-me contar mais uma verdade, a pura verdade é que a minha mente parou, e simplesmente eu não tenho mais memórias boas para me reavivar, para me envolver e reapaixonar, a verdade é que de noite o vazio invade, a tristeza reina, a mente vagueia, e ficou mais diicil aguentar o facto de não saber de ti, a pura verdade é que sentimentos são para serem compartilhados, e ainda que muito queira, não conseguirei mais fazê-lo pelos dois.

A pura verdade é que descobri que me estava a sabotar, a sabotar-me severamente enquanto tu estavas lá fora, a viver , a criar, a sorrir, a fazer-se presente, a amar outra pessoa que não era eu. E eu, dentro da caixa das lembranças, de encontros rápidos e insinceros, despidos de boa vontade ,das palavras soltas, das pequenas juras , a enternizar aquilo que era como vapor, que nem era tanto e se foi.


A verdade é que o coração julgava ainda sentir, estava perdido, estava magoado, consfuso, largado, sem luz, e só a mente é que não entendia, e por isso sustentava, sustenava por acreditar e fazia parecer que ainda era bom como no início, mas não passavam de lembranças.


A mente, justo a mente… sustentou o que o coração não mais sentia.


intenSamara_in O que o coração já não sentia,a mente sustentava.

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