Sinopse do Episódio "Amor"
O Amor deu-me boas vindas, porém retraiu-se minha alma, em pó e pecado eivada. Mas o Amor, de olhar sagaz, observando-me recuar àquela minha primeira entrada, achegou-se de mim, suave, indagando se algo me faltava. “Um hóspede,” disse-lhe, “em mérito de entrar à vossa casa." Falou o Amor, “Tu o serás.” “Eu, o ingrato, o desamável? Ah, não sou digno de a Vós erguer os olhos, meu amado.” O Amor tomou minha mão e, sorrindo, retorquiu, “Quem, senão eu, teria os olhos criado? “Verdade, Senhor; mas eu os turvei; deixai minha desonra tomar o rumo que lhe caiba.” “Acaso não sabes”, diz o Amor, “quem toda humana culpa assumiu?” "Meu querido, serei de vossa mesa, assim, o servo." “Deves sentar-te,” diz-me o Amor, “e de minha carne provar.” Então sentei-me, e de sua carne provei. (Poema de George Herbert, tradução de Fernando Campanella)