Meu Contato com Josef Popper-Lynkeus (1932)

15/10/2025 14 min

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Sinopse do Episódio

Neste episódio, apresento a leitura de Meu Contato com Josef Popper-Lynkeus (1932), texto em que Freud revisita as origens da psicanálise e reflete sobre seu encontro intelectual — ainda que nunca pessoal — com o pensador austríaco Josef Popper-Lynkeus.Freud rememora o momento de nascimento de A Interpretação dos Sonhos e descreve, com rara franqueza, a busca por compreender os distúrbios psíquicos que a medicina de sua época não sabia tratar. “Era preciso buscar novos caminhos. E como era possível ajudar os doentes se nada se compreendia dos seus males?” — escreve ele, explicando como a investigação dos sonhos se tornou uma via para a alma.Ao descobrir, anos mais tarde, a obra Fantasias de um Realista, de Popper-Lynkeus, Freud encontra nela uma surpreendente afinidade: o autor descreve um homem cujos sonhos nunca eram absurdos — alguém “não dividido”, em harmonia interior. Freud reconhece ali uma formulação intuitiva da própria teoria da deformação onírica: “A deformação era um compromisso, resultado do conflito entre pensamento e sentimento.”Em Popper, Freud vê um ideal humano — íntegro, ético, livre de falsidade — e, ao mesmo tempo, um espelho do que a psicanálise busca compreender: o equilíbrio entre instinto e cultura, entre desejo e repressão. Com ternura e melancolia, confessa: “Adiei uma visita até que foi tarde demais, e pude apenas cumprimentar seu busto no parque de nossa prefeitura.”Um texto tocante, entre a lembrança e a admiração, em que Freud fala tanto de Popper quanto de si mesmo.📖 Texto publicado nas Obras Completas de Sigmund Freud, Volume 18 – Companhia das Letras, tradução de Paulo César de Souza.📚 Para adquirir o livro onde este artigo se encontra: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/4eUgk0b⁠⁠📱 Para adquirir o eBook: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/46g0tai