#238 – Pardo, com Flavia Rios

17/11/2025 1h 10min
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Sinopse do Episódio


Este é o noso episódio 238 e nele recebemos a socióloga Flávia Rios para uma conversa sobre o conceito de Pardo.











Flavia Mateus Rios é docente da Universidade de São Paulo (USP) e Bolsista Produtividade do CNPq (C). Durante o estágio doutoral (USP, 2011-2024), foi Visiting Student Researcher Collaborator em Princeton University, com bolsa Sanduíche da FAPESP (2013). Atualmente coordena o grupo de pesquisa Hierarquias Raciais em Sociedades de Classes do PPGS/USP. Integrou o quadro docente da Universidade Federal de Goiás(2016-2017) onde coordenou o PIBID-Ciências Sociais. Foi Diretora do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (2023-2025) e também professora adjunta da Universidade Federal Fluminense(2018-2025), onde foi coordenadora do curso de Ciências Sociais- Licenciatura(2020-2021). É fundadora e ex-coordenadora do Grupo de estudos e Pesquisa Guerreiro Ramos (NEGRA) e integra o programa de pós-graduação em sociologia(PPGS). Integrou o Comitê Científico do AFRO/CEBRAP e do Projeto “As responsabilidades de empresas por violações de direitos durante a Ditadura” (CAAF/Unifesp). Coordenou o projeto “Gestão municipal da igualdade racial e políticas inclusivas de educação e trabalho no município de Niterói: estudos e ações para sua implementação” (PDPA/FEC, 2020-2024) e o projeto ” Origens e destinos: uma avaliação da política de cotas universitárias e seus efeitos no mercado de trabalho” (CNPq 2021-2025). Integrou o grupo de trabalho da Advocacia Geral da União (AGU), em 2023. É associada à ANPOCS, SBS, LASA e BRASA. Tem experiência na área de Sociologia Política e da Cultura, com ênfase nos estudos sobre ação coletiva, teorias interseccionais, relações raciais e de gênero, Ditadura Militar e democracia, feminismos negros e políticas de ações afirmativas no ensino superior.



Resumo dos Temas Abordados




O que é “pardo”: Categoria oficial do Estado brasileiro desde o censo de 1872 (IBGE), inicialmente para agregar populações miscigenadas (mestiças); flutuante ao longo do tempo, hoje o maior grupo demográfico no censo de 2022.



Disputas pela categoria: Movimentos negros ressignificam “pardo” como parte da identidade negra; Estado usa para reforçar ideologia de mestiçagem e embranquecimento; tensão entre história oficial e lutas sociais por protagonismo indígena e africano.



Mito da democracia racial e utopia do Brasil mulato: Elogio à mestiçagem como positividade (modernidade, orgulho nacional), mas crítica às desigualdades ocultas (protagonismo estético/sexual vs. exploração, como mulatas no carnaval x empregadas domésticas).



Experiências contemporâneas: Indignação de imigrantes africanos com perguntas sobre cor; “lugar intermediário” do pardo (sem identificação positiva, como citado por Caetano Veloso); amplificação de tensões via redes sociais.



Pesquisas atuais de Flávia Rios: Internacionalização da obra de Lélia Gonzalez; intelectuais negros na ditadura militar; movimentos indígenas de retomada (crescimento demográfico e lutas por ancestralidade).



Conceito de filosofia: Perplexidade/subversão frente ao mundo; influência de Lélia Gonzalez como “filosofia afrolatinoamericana”.



Indicações culturais: Livros, filmes e autores para refletir identidade, memória e desconforto.




Indicações Feitas no Episódio




Livros/Autores:



Leonardo Padura (romances policiais cubanos, poética da investigação existencial).



Carolina de Jesus (“Quarto de Despejo” – autora do detalhe e do descarte, modernidade a contrapelo).



Conceição Evaristo (provoca reflexões sobre memória).



Machado de Assis (ironia ácida e cortante).



Luiz Alfredo Garcia-Roza (romances policiais ambientados no Rio, para “investigar a paisagem”).



Filmes:



“A Melhor Mãe do Mundo” (filme brasileiro recente, forte e impactante).



“O Homem com H” (reviravolta na sensibilidade brasileira).



Quentin Tarantino (estética da vingança, aprendida a apreciar).



Spike Lee (temas que “põem o dedo na ferida”; técnica de câmera que gera desconforto).



Obras organizadas por Flávia Rios (divulgadas no final):



“A Questão do Pardo no Brasil”.



“Lélia Gonzalez: Por um Feminismo Afro-Latino-Americano” (de Lélia Gonzalez, org. com Márcia Lima).



“Dicionário das Relações Étnico-Raciais Contemporâneas” (org. com Márcio André dos Santos e Alex Ratts).












O Filosofia Pop é um podcast que aborda a filosofia como parte da cultura. A cada 15 dias, sempre às segundas-feiras, a gente vai estar aqui pra continuar essa conversa com vocês. Intercalando com nossos episódios normais de quando em quando vamos apresentar episódios de entrevistas temáticas especiais. O episódio de hoje que é uma parceria com o projeto de extensão Filosofia, Cultura popular e Ética, desenvolvido na Universidade Federal de Jataí.







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Alguns recados que também gostaríamos de compartilhar:



Esta disponível para download gratuito o livro Tcholonadur: entrevistas sobre filosofia africana. Este é um projeto que reúne 34 entrevistas com pensadores que estão moldando a filosofia africana fora da lusofonia.  Com prólogo de  Filomeno Lopes; Prefácio de Severino Ngoenha e Ergimino Mucale, “Tcholonadur” oferece uma oportunidade imperdível de mergulhar nas ideias e pensamentos que estão moldando o futuro da filosofia africana. https://filosofiapop.com.br/texto/tcholonadur/livro-tcholonadur-entrevistas-sobre-filosofia-africana/







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