Por Gabriel de Santa Maria Madalena.Já vimos que, na oração de meditação, o mais importante não é pensar muito, mas amar muito.Mas não devemos exagerar. Não podemos nos descuidar de fazer o esforço necessário para a meditação.Devemos proceder da seguinte forma. Inicialmente, separar um texto para meditar. Mas antes de começar a leitura, a alma deve se colocar na presença de Deus. Com um ato decisivo da vontade, ela deverá afastar todo pensamento que não tenha a ver com esse momento, afastar toda preocupação, afastar toda pressa.Cada um fará esse ato de presença de Deus da maneira que julgar mais fácil. Por exemplo, considerando que a Santíssima Trindade está presente no seu coração, ou considerando a presença de Jesus nos sacrários de nossas igrejas, ou imaginando um episódio particular, da vida ou da paixão do Salvador. E assim por diante. Desse modo, na presença de Deus, sob o olhar de Deus, a alma começará pausadamente a leitura do ponto de meditação, e se dedicará a refletir com calma e suavidade. Não como se raciocinasse consigo mesma, mas muito mais conversando com o Senhor, em cuja presença se encontra.Quanto mais a alma se habituar a refletir assim, tratando com Deus o tema da meditação, mais a meditação alcançará a sua finalidade, que é justamente conversar afetuosamente com o Senhor, como um filho conversa com o pai, como um amigo passa o tempo com o outro amigo.Em tudo isso, é necessário certo esforço, mas tal esforço deve ser orientado a manter a alma em vivo contato com Deus, e não a manter a alma em um raciocínio abstrato e fechado. Os pensamentos obtidos na meditação servem  para alimentar o contato e para dar o assunto de conversa com o Senhor. A alma pode voltar ao texto sempre que sentir necessidade.Resumindo: o trabalho da inteligência não deve nos fazer esquecer que a essência da oração consiste em um trato íntimo com Deus, trato em que mais do que pensar, é preciso amar.

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