Varíola dos macacos: “Não podemos ser surpreendidos como na covid”, diz David Uip

05/08/2022 14 min
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Sinopse do Episódio

O governo de São Paulo anunciou uma série de medidas para enfrentar o surto de varíola dos macacos. Maternidades serão preparadas para receber grávidas infectadas e professores serão orientados a identificar casos suspeitos entre crianças, entre outras iniciativas. Dos cerca de 1.700 casos registrados no País, o Estado tem quase 1.300, entre eles os de duas grávidas e cinco crianças. Somente no Hospital Emílio Ribas têm chegado 30 casos por dia. As medidas anunciadas pelo governo paulista incluem deixar 93 hospitais e maternidades de retaguarda, ampliar a testagem e vigilância genômica nas redes pública e privada e criar um protocolo especial de atenção às gestantes que se infectarem. Em entrevista à Rádio Eldorado, o secretário estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, David Uip, disse que houve um aprendizado com a pandemia de covid-19. A doença é mais comum entre homens gays e bissexuais (97% dos casos), mas o infectologista alerta que outros grupos também correm o risco de contrair a varíola dos macacos. Para David Uip, também é necessário combater o ressurgimento do estigma que houve no início da epidemia de Aids, há cerca de 40 anos. “Outras populações serão infectadas. Não podemos cometer o mesmo erro. Qualquer pessoa pode se infectar”, afirmou. O governo paulista ainda aguarda a compra de 50 mil doses de vacina pelo Ministério da Saúde, que serão distribuídas entre os Estados, e a definição de qual será o público prioritário para a aplicação dessas doses. O Instituto Butantan e o Ministério da Saúde também negociam o envio de insumo farmacêutico ativo (IFA) para que a vacina possa ser produzida no Brasil, pelo Butantan ou pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os sinais mais comuns da doença são: febre, mal-estar geral e feridas na pele, mas muitos casos não apresentam sintomas ou são pouco sintomáticos. A varíola dos macacos é pouco letal, com cinco mortes no mundo até agora, uma delas no Brasil. Apesar disso e da maioria dos casos não precisar de internação, o risco é maior para grávidas, crianças com menos de 8 anos de idade e pessoas imunodeprimidas, como pacientes com câncer e transplantados. Os especialistas recomendam medidas como uso de máscaras e preservativos, higienização de mãos e o não compartilhamento de lençóis e toalhas) para evitar a contaminação.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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