Cirurgia para Parkinson - Por que a Cirurgia para Parkinson é Feita com o Paciente Acordado?

22/08/2022 4 min

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Sinopse do Episódio

A Cirurgia para Parkinson é uma cirurgia bem diferente, pois o paciente fica acordado durante o procedimento. Usamos uma sedação muito leve, é feito anestesia no local onde vão ser feito os cortes e também o paciente fica com analgesia pela veia. 

E durante o procedimento, realizamos estímulos com eletrodos dentro do cérebro, no local que a gente quer colocar o eletrodo definitivo. 

O ideal é que fique um neurologista examinando esse paciente, de preferência o neurologista que já cuida do paciente e tem experiência na rigidez e tremor que o paciente apresenta,  enquanto o neurocirurgião passa as cânulas que são necessárias para poder fazer o estímulo. 

Esse ponto da cirurgia, em que o paciente fica acordado, às vezes, traz muita ansiedade para o paciente, que pensa assim: "meu Deus, como que vão abrir minha cabeça comigo acordado?" Mas o benefício de estar acordado é justamente a gente ter certeza de que é capaz de chegar no alvo e conseguir observar o resultado, principalmente em relação ao tremor, que é praticamente imediato. 

É lógico que a gente vai oferecer uma analgesia bem feita, vamos dar medicamento para dor, uma anestesia local, para que ninguém sinta a dor no procedimento. Mas a primeira parte da cirurgia, essa parte de colocar o eletrodo bem no alvo, é feita acordado e é muito importante que a pessoa saiba disso, para chegar lá e não tomar um susto. 

Algo muito interessante, é que todo mundo quer colaborar, mas às vezes, realmente a emoção de estar operando, de querer ver um resultado, é difícil para os pacientes. E quem sofre com Parkinson, naturalmente, pode ter um pouco mais de ansiedade (50% dos pacientes com Parkinson tem transtorno de ansiedade) e diante de uma emoção tão grande, podem ficar ainda mais ansiosos. 

Então o que a gente pode é explicar tudo que vai acontecer, o passo a passo da cirurgia, para evitar surpresa. Quanto menos surpresa, o paciente fica muito mais colaborativo. 

E o neurologista que trabalha com distúrbios do movimento, consegue fazer esse acompanhamento completo. Assim, o paciente tem a segurança de saber que o seu médico vai conduzir desde o início, vai dar essa possibilidade de poder indicar, dialogar com o neurocirurgião na cirurgia e depois programar o sistema. Isso dá confiança ao paciente.

Isso é muito importante, pois o tratamento do Parkinson não é uma corrida de 100 metros, a gente está falando de uma maratona. Tratar paciente com Parkinson, indicar uma cirurgia, é um processo. 
Acompanhar esse paciente durante o procedimento cirúrgico dá a segurança de saber que o eletrodo, o chip, ele está realmente no lugar adequado. E isso, durante a programação, faz toda a diferença!

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