Ouvir "EP#30: Sharenting"
Sinopse do Episódio
Apresentação: Ana Frazão / Caitlin Mulholland
Produção: José Jance Marques
Com as novas tecnologias, câmeras cada vez mais profissionais e as redes sociais pautadas na imagem, postar fotos dos filhos nas redes sociais se tornou um hábito muito naturalizado pelos pais. Pouquíssimas pessoas revelam fotos hoje em dia e as plataformas online viraram grandes repositórios de imagens. No entanto, mesmo que possa parecer inofensivo, o simples ato de compartilhar imagens do bebê mostrando suas gengivas banguelas ou um vídeo encantador da primeira vez que fala deve acender um alerta para os pais.
Recentemente, o casal de ex-participantes do Big Brother Brasil, Viih Tube e Eliezer, trouxeram à tona essa questão. Durante uma entrevista ao programa Fantástico da TV Globo, revelaram que sua filha Lua, com apenas 7 meses, já está enfrentando ataques na internet.
A prática ganhou o nome de "sharenting" em 2012, cunhado pela publicação americana The Wall Street Journal, derivado da combinação das palavras em inglês "share" (compartilhar) e "parenting" (cuidado parental). Um levantamento conduzido pela Security.org, uma empresa americana especializada em proteção de dados, revelou que 29% dos pais nunca solicitam permissão antes de compartilhar conteúdo relacionado aos seus filhos. Nesse contexto, o ato de compartilhar a vida das crianças nas redes sociais, apesar de aparentemente trivial, torna-se um tema digno de reflexão, considerando os desafios e riscos associados a essa prática contemporânea.
A prática de sharenting não tem limites claros, mas implica no compartilhamento constante, construindo a identidade digital da criança desde cedo. Estudos indicam que pais postam cerca de 195 fotos por ano de filhos menores de 5 anos, expondo-os a uma média de mil fotos até o quinto aniversário.
A pediatra Liubiana Arantes de Araújo destaca que o hábito de buscar validação nas redes, através de curtidas e comentários, pode viciar o cérebro das crianças em dopamina, associada ao prazer. Pesquisas mostram que a busca por reconhecimento público ativa áreas cerebrais relacionadas ao vício em substâncias como a cocaína. Além dos riscos à saúde mental, a exposição forçada pode resultar em desconforto e quebra de confiança por parte da criança. Em entrevista ao Fantástico, a psicóloga clínica Laura Quadros advertiu que a exposição, muitas vezes involuntária, pode deixar marcas na autoestima da criança, podendo até transformá-la em alvo de memes humorísticos.
Diante desse cenário, os pais são orientados a agir com cautela, preservando a identidade e privacidade dos filhos. Recomendações incluem preservar o rosto da criança, evitar perfis exclusivos para exposição do menor e escolher fotos mais genéricas que envolvam a família como um todo.
Produção: José Jance Marques
Com as novas tecnologias, câmeras cada vez mais profissionais e as redes sociais pautadas na imagem, postar fotos dos filhos nas redes sociais se tornou um hábito muito naturalizado pelos pais. Pouquíssimas pessoas revelam fotos hoje em dia e as plataformas online viraram grandes repositórios de imagens. No entanto, mesmo que possa parecer inofensivo, o simples ato de compartilhar imagens do bebê mostrando suas gengivas banguelas ou um vídeo encantador da primeira vez que fala deve acender um alerta para os pais.
Recentemente, o casal de ex-participantes do Big Brother Brasil, Viih Tube e Eliezer, trouxeram à tona essa questão. Durante uma entrevista ao programa Fantástico da TV Globo, revelaram que sua filha Lua, com apenas 7 meses, já está enfrentando ataques na internet.
A prática ganhou o nome de "sharenting" em 2012, cunhado pela publicação americana The Wall Street Journal, derivado da combinação das palavras em inglês "share" (compartilhar) e "parenting" (cuidado parental). Um levantamento conduzido pela Security.org, uma empresa americana especializada em proteção de dados, revelou que 29% dos pais nunca solicitam permissão antes de compartilhar conteúdo relacionado aos seus filhos. Nesse contexto, o ato de compartilhar a vida das crianças nas redes sociais, apesar de aparentemente trivial, torna-se um tema digno de reflexão, considerando os desafios e riscos associados a essa prática contemporânea.
A prática de sharenting não tem limites claros, mas implica no compartilhamento constante, construindo a identidade digital da criança desde cedo. Estudos indicam que pais postam cerca de 195 fotos por ano de filhos menores de 5 anos, expondo-os a uma média de mil fotos até o quinto aniversário.
A pediatra Liubiana Arantes de Araújo destaca que o hábito de buscar validação nas redes, através de curtidas e comentários, pode viciar o cérebro das crianças em dopamina, associada ao prazer. Pesquisas mostram que a busca por reconhecimento público ativa áreas cerebrais relacionadas ao vício em substâncias como a cocaína. Além dos riscos à saúde mental, a exposição forçada pode resultar em desconforto e quebra de confiança por parte da criança. Em entrevista ao Fantástico, a psicóloga clínica Laura Quadros advertiu que a exposição, muitas vezes involuntária, pode deixar marcas na autoestima da criança, podendo até transformá-la em alvo de memes humorísticos.
Diante desse cenário, os pais são orientados a agir com cautela, preservando a identidade e privacidade dos filhos. Recomendações incluem preservar o rosto da criança, evitar perfis exclusivos para exposição do menor e escolher fotos mais genéricas que envolvam a família como um todo.
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