EM UM NÍVEL, SALMO 2 PODE SER entendido inteiramente dentro da estrutura da vida de um rei davídico - até mesmo do próprio Davi. Ele conquistou as nações vizinhas. Se eles se rebelarem, eles estão conspirando juntos "contra o Senhor e contra seu Ungido" (2: 2), ou seja, seu "messias", uma expressão que pode se referir a qualquer rei ungido de Israel, ou ao Messias final. Se eles tentarem se livrar dos grilhões de suas obrigações para com Israel (2: 3), eles devem contar com Deus: "Aquele que foi entronizado nos céus ri; o Senhor zomba deles" (2: 4). Ele os repreende em sua ira, pois foi ele quem instalou seu Rei em Sião (2: 5-6).

Agora o próprio rei fala. Ele testemunha essa mesma instalação, ou seja, sua própria instalação como rei, usando formas de linguagem comuns no antigo Oriente Próximo. Na posse do rei, ele se torna o "filho" do deus que estende a soberania primária sobre aquele povo. O próprio Yahweh usa essa linguagem: o rei de Israel se torna "filho" de Deus em sua investidura, comprometido em buscar a glória e o bem de seu "Pai", refletindo seu caráter e vontade (2: 7). Deus está tanto no controle de todas as nações que o rei davídico precisa apenas pedir, e Deus lhe dará soberania absoluta sobre as nações (2: 8-9). Os reis devem, portanto, ser sábios e avisados ​​(2:10). "Sirva ao SENHOR com temor ... Beija o Filho [isto é, o rei davídico], para que ele não se IREIRlp" (2: 11-12).

Mas há pelo menos dois elementos que nos alertam contra pensar que o significado do salmo se exauriu em um dos antigos monarcas davídicos. Primeiro, no início da vida da dinastia Davídica, Davi se tornou um tipo ou modelo do "messias" definitivo dessa linhagem, o "Davi" definitivo. É fácil encontrar referências explícitas a essa figura séculos depois (por exemplo, ISA 9; EZE 34). O raciocínio tipológico pode ser assim: se o histórico Rei Davi foi o agente de Deus para governar as nações que o cercavam, quanto mais o grande Filho de Davi, o rei davídico por excelência, governará as nações? Em segundo lugar, há várias dicas no salmo que sugerem algo mais do que um antigo rei davídico. Ele subjuga os "reis da terra" (2: 2), o que parece bastante abrangente (embora possa significar "os reis da terra"); a este "Filho" é prometido "as nações" e "os confins da terra" como sua possessão - muito mais difícil de descartar. A bênção final (2:12) soa vagamente pomposa para qualquer pessoa que não seja o Messias definitivo. Cada uma dessas expressões pode ser "explicada" (ou "explicada"): elas podem, por exemplo, ser exemplos de linguagem hiperbólica. Mas, em conjunto, eles não apontam tanto para longe do histórico Davi, mas para além dele. Reflita sobre AT 4: 23-30.

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