FABIO FERREIRA - VIOLINISTA DO METRÔ - 018

FABIO FERREIRA - VIOLINISTA DO METRÔ - 018

Conversando

03/03/2021 6:05AM

Sinopse do Episódio "FABIO FERREIRA - VIOLINISTA DO METRÔ - 018"

“Eu estava morando em um albergue. A única coisa que me sobrou foi o violino” Fabio Ferreira Como grande parte dos músicos do Brasil ele conheceu o instrumento na igreja, mas foi no projeto social PROJETO GURI que ele se desenvolveu. Foi muito difícil o começo. Para poder frequentar o projeto ele ia de ônibus e voltava andando, graças a um grande esforço feito pela dona Maria do Carmo (in memoriam), que com o que ganhava como empregada doméstica só podia financiar a ida do garoto de 11 anos para o projeto. Mas o amor pelo instrumento era tanto que ele não desistiu. E valeu a pena. Alguns anos depois ele se destacou no projeto e passou a fazer parte de uma orquestra juvenil, onde conseguiu seu primeiro salário, fato que Fabio conta com lágrimas nos olhos ao relatar o privilégio de poder retribuir o esforço de sua mãe. Agora já como um profissional ele foi melhorando e avançando, se tornando parte da orquestra Bachiana, do maestro João Carlos Martins e da OSUSP. Mas o que parecia um sonho alcançado e estabelecido começou a ruir. Fabio começou a perder tudo que tinha devido a frustrações e decepções na carreira e vida pessoal, de forma que quando viu estava em um albergue no centro de São Paulo. Era agora apenas ele e seu violino. É nesse momento entre o desafio de como se reerguer e a decisão de vender um de seus arcos que ele conhece Vinicius, um músico que tocava no metrô. De maneira espontânea eles tocam em uma loja na rua Aurora em São Paulo, o que fez com que houvesse uma aglomeração de pessoas e aplausos. Diante disso Vinicius convida Fabio para tocar no metrô. Logicamente que Fábio acostumado em se apresentar em um ambiente erudito negou o ousado convite. Como ele mesmo diz, apesar de estar em uma situação precária seu ego ainda cria que ele fazia parte de outra realidade. Mas Vinicius era insistente e o convidou em um domingo. Ele aceitou. Ao entrar no trem, Fábio se viu em um ambiente onde, logicamente, ninguém estava ali para ouvi-lo. Mas a música tem seu poder. Bastou o início da apresentação de Fábio e Vinícius para que os celulares se voltassem para eles para registros de admiração, os livros foram fechados para que a atenção ocular fosse para eles, os fones foram tirados dos ouvidos, pois o impressionante estava ali. Aquele garoto da periferia que atingira o auge de um músico erudito, que tivera suas pernas tremendo no palco da Sala São Paulo, que acompanhou músicos internacionalmente reconhecidos, reencontrou o prazer de ser ouvido. Naquele dia ele experimentou o prazer de ver a música, a música dele, fazer convergir pessoas. Todos no metrô podem ter destinos distintos, mas agora quando Fábio entra a atenção tem um único foco. Sua música. Que prazer conhecer a história de Fábio. Que legal ver que a música dá saídas diferentes para quem chegou tão fundo. Deus abençoe o Fabio. Deus abençoe você.

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