Larissa Bombardi: Liberação de agrotóxicos mostra como governo segue 'refém' de estrutura colonialista

07/02/2025 1h 0min

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Sinopse do Episódio

Ano passado, o Brasil liberou 663 agrotóxicos. Embora a grande maioria se refira a produtos genéricos de outros herbicidas que já estavam aprovados no país, o número ligou sinal de alerta para pesquisadores que acreditavam que a atual gestão federal iria mudar a política de uso de venenos nas lavouras.“A gente tem um governo, que se propõe progressista, refém de uma estrutura colonialista em que os proprietários de terra, ou os representantes dos proprietários de terra, controlam o país”, resume a pós-doutora em geografia humana Larissa Bombardi, em entrevista ao programa Bem Viver desta quinta-feira (6).Ela é autora do livro Agrotóxicos e Colonialismo Químico que explica como a América Latina compra e consome produtos extremamente nocivos à saúde humana e ao meio ambiente, ao mesmo tempo que esses agrotóxicos são proibidos nos países de origem, principalmente nações da União Europeia.“No Brasil, dos dez agrotóxicos mais vendidos, cinco são proibidos na União Europeia. E um deles, que se chama atrazina, que  é o quarto no ranking de vendas no Brasil, foi proibido na União Europeia, justamente, porque ele está dentro dessas substâncias consideradas extremamente tóxicas e ele está associado a diversos tipos de câncer, por exemplo, de ovário, próstata, tireóide, estômago, dentre outras.”Na entrevista, a pesquisadora explica mais sobre a ligação do câncer com agrotóxicos e como se dá essa relação de colonialismo, que, segundo ela, segue se agravando ano após ano.