No presente, a mente o corpo é diferente e o passado é uma roupa que não lhe serve mais. Eu já tinha ouvido essa frase muitas vezes cantada pelo Belchior, e passei a pensar no quanto o nosso passado forja exatamente quem somos, os lugares por onde caminhamos e o caminho que percorremos pra chegar até aqui, exatamente onde estamos. O ser humano não é uma ilha, nós somos a soma exata de pequenas escolhas que fazemos a cada momento.
Percebi que olhar pra trás nem sempre é uma maneira de autoconhecer e se for pra você, talvez tenha algo errado, eu prefiro enxergar o ato metafórico de olhar pra trás como um autorretrato, um exercício quase autobiográfico, aquilo, não é você, mas já foi. Aquilo não é você, mas foi parte da tua história e por mais que você tente, você não consegue romper esse vínculo, porque você só é de fato você, pelo que um dia, você foi. E você só consegue enxergar essa mudança porque aquele, não é mais você, porque se fosse, você não conseguiria perceber a diferença.
Nos resta, portanto, nos entender, e nos encontrar dentro desse entendimento.
Talvez a pergunta que fica, é: Qual o impacto do meu passado na minha vida hoje? E antes que você formule uma resposta simplista, tenho que lhe dizer que o que eu estou tentando mostrar é que, pouco importa a resposta, porque o principal ponto está na pergunta que você deve fazer.

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