Eu tenho a convicção pessoal consolidada ao longo de muitos anos de que os patifes nunca descansam e os canalhas nunca dormem. Também carrego em mim a percepção de que, no Brasil e em grande parte em escala mundial, o crime venceu e nós, que nos portamos de modo sério e honesto, fomos derrotados.
Mas contraditoriamente, não entrego os pontos. Sei e reconheço o poder dos vagabundos, dos que defendem a impunidade e militam em favor da tese de que é preciso levar vantagem em tudo. Podem me jogar mil vezes na cara de que não há espaço para a esperança, para a decência e honestidade, ainda assim eu continuarei advogando a tese segundo a qual, o fato de existirem pessoas que não aceitam como favas contadas a vitória dos canalhas, mostra que vale sim a pena continuar lutando.
É revelador do desespero deles o fato de que os ataques sistemáticos não tenham mais como alvo a conquista de direitos e espaço para eles, mas precisam nos dizimar porque sabem que, ainda que se vangloriem de vitórias, não conseguem dobrar a nossa espinha e nem destruir os nossos valores.
O fato de que não conseguem silenciar a nossa voz e nem matar a nossa esperança soa para eles como uma derrota, porque, segundo eles e suas estratégias, nós já deveríamos estar todos mortos...

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